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Carreiras espera “na primeira fila” pelo regresso de Passos Coelho

Carlos Carreiras, autarca e candidato do PSD à Câmara de Cascais que é também um dos mais proeminentes opositores internos da liderança de Rui Rio, voltou a deixar elogios públicos ao anterior presidente social-democrata, Passos Coelho.

Cerca de dois meses depois de ter dito que Passos Coelho “não é passado, é presente”, Carreiras destacou a “mestria” com que o antigo primeiro-ministro exerceu esse cargo numa altura de grave crise social e financeira, reassumindo publicamente o desejo de ver Passos Coelho regressar à política (e assim, inevitalmente, ao PSD).

“Eu tenho o maior respeito pelo doutor Pedro Passos Coelho e o que eu disse na altura também foi que no dia em que Pedro Passos Coelho considere que deve voltar à política ativa eu estarei na primeira fila a dar-lhe apoio, até como reconhecimento da importância que teve ao pegar num país completamente falido”, afirmou o presidente da Câmara de Cascais, em entrevista ao Diário de Notícias.

A declaração surge num contexto difícil para o partido: afinal, Carlos Carreiras encontra-se a terminar o segundo mandato e é o candidato do PSD nas próximas autárquicas, apesar de nunca esconder que é contra a liderança de Rui Rio. Questionado sobre a relação com o presidente do PSD, Carreiras respondeu que não é “hipócrita”, recusando assim pronunciar-se sobre o líder do partido.

“Por um lado, não tenho uma avaliação positiva da liderança do doutor Rui Rio. Por outro, sei claramente que, neste momento, qualquer crítica que eu formule vai em desfavor de muitos companheiros meus que estão a dar a cara pelo partido nos seus municípios para as autárquicas. E, portanto, não vou dar armas aos inimigos para derrotarem esses companheiros. Por isso, não farei nenhuma avaliação em geral”, justificou-se.

Sobre as próximas eleições autárquicas, Carreiras apontou ainda o dedo aos candidatos “independentes” que, segundo ele, são na verdade “divergentes” dos partidos que integravam.

“Em relação às autárquicas, não foi nas últimas eleições que o PSD caiu. Na verdade, nós perdemos poucas câmaras em relação às eleições anteriores. Já tínhamos caído nas anteriores e nas anteriores às anteriores. Era um processo descendente, com a situação nova das candidaturas independentes. Muitas delas de independentes só tinham o nome, porque eram candidaturas de divergentes. Isso passou-se com o PSD, com o PS, passou-se com o Partido Comunista, sendo que no PSD teve um impacto maior”, concluiu.

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