Nem o Presidente da República, da mesma “família política” do primeiro-ministro, concorda com a estratégia do Governo, considera Carlos Zorrinho. “Pedro Passos Coelho está cada vez mais isolado na sociedade portuguesa e na sua família política”, afirma o deputado socialista.
As recentes declarações do Presidente da República, que disse não encontrar razão para que não seja “reduzida a comissão que é cobrada a Portugal”, foram aproveitadas pelo líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, como um ataque à estratégia seguida pelo Governo. Na opinião de Zorrinho, Cavaco Silva reafirmou “aquilo que o secretário-geral do PS, António José Seguro, vem dizendo há um ano: que Portugal precisa de mais tempo e de menos juros”.
Se nem o chefe de Estado, que em tempos foi primeiro-ministro e liderou o PSD, concorda com Passos Coelho, a conclusão a tomar é, defende o líder parlamentar do PS, o isolamento do chefe do executivo. “Isto só mostra uma coisa: Pedro Passos Coelho está cada vez mais isolado na sociedade portuguesa e na sua família política, porque dito isto pelo senhor Presidente da República também tem esse significado”, argumentou Zorrinho.
À saída da reunião do grupo parlamentar, o deputado socialista pediu ao Governo para “respeitar” o pensamento do Presidente da República e negociar uma melhoria das condições do programa de assistência financeira: “entendo que o Governo deve respeitar aquilo que é a opinião de um Presidente da República, ainda por cima um Presidente da República que foi eleito na sua área política”.
