Chegou ao fim a participação de Carlos Sousa e Paulo Fiúza no 38.º Rali Dakar. Um abandono que aconteceu depois de dois em que a dupla portuguesa recuperou 40 posições, após ter perdido mais de duas horas na segunda tirada.

Na quinta etapa da prova, que levou os concorrentes a mais de 4 mil metros de altitude, Carlos Sousa teve problemas de visibilidade e acabou por sair de estrada e enfiar o Mitsubishi ASX num buraco.

Esta 17.ª participação no Dakar do piloto de Almada acabaria por ficar comprometida, já que apesar dos esforços do companheiro de equipa na Mitsubishi Brasil, João Franciosi, não foi possível retirar o carro.

A organização, face às baixas temperaturas, acabaria por chamar Carlos Sousa e Paulo Fiúza à razão e fazê-los abandonar o veículo e desitir do rali.

“A especial estava a correr-nos muito bem. Tínhamos já ultrapassado vários carros e seguíamos um bom ritmo. Só que de repente, começou a chover intensamente, depois a cair granizo e o vidro da frente embaciou totalmente, deixando-nos quase em visibilidade para a estrada”, começa por contar o piloto português.

“Abrandei para o Paulo Fíuza poder limpar o vidro, só que em menos de dois segundos estávamos com o carro fora da pista, junto a um precipício e pendurados em duas pedras. O João franciosi, o nosso colega de equipa, ainda nos tentou ajudar, só que na posição em que o carro ficou só mesmo com a ajuda de um camião”, referiu ainda Carlos Sousa.

“Tentámos pedir novamente ajuda mas ninguém quis parar. Vimos o tempo a passar e a temperatura a baixar abruptamente. Foi então que os médicos da prova chegaram e insistiram para abandonarmos o local, porque não nos deixariam passar assim a noite. Viemos de helicóptero até ao acampamento, tristes e desolados com este desfecho”, acrescenta o piloto de Almada.