A união bancária europeia voltou a ser defendida pelo governador do Banco de Portugal. Para Carlos Costa, a prioridade da Europa deve passar por “desligar o risco soberano da estabilidade do sistema financeiro”, só depois se podendo pensar numa “mutualização da responsabilidade”.
A união bancária, ainda hoje realçada pelo ministro Paulo Portas, voltou a ser pedida pelo governador do Banco de Portugal (BdP). Para Carlos Costa, “é fundamental” superar o risco soberano da estabilidade financeira, uma medida “decisiva para assegurar que as relações entre política orçamental e estabilidade financeira e que as relações entre a política de finanças públicas e a estabilidade financeira não são perturbadas”.
No seminário “Estabilidade e confiança nos mercados Europeus – O papel da regulação e da supervisão”, a decorrer em Lisboa, o governador insistiu que “a primeira coisa que temos de fazer é desligar o risco soberano da estabilidade do sistema financeiro”, uma separação que será “o maior promotor de desenvolvimento que podemos ter no curto prazo”.
Carlos Costa acrescentou que é preciso instalar dentro da União Europeia, “tão rapidamente quanto possível”, o mecanismo de supervisão europeu, o fundo de resolução de conflitos e um fundo de garantia de depósitos, num prazo de cinco anos, para que exista uma “mutualização da responsabilidade”. Contudo, sublinhou ser necessário um período de transição, sem o qual “nunca vamos ter um mecanismo de supervisão europeu a funcionar em pleno”.
O mecanismo de supervisão europeu foi também defendido, no mesmo seminário, pelo diretor-geral de Estabilidade Financeira do Banco Central Europeu, Ignazio Angeloni, que aludiu ainda à elaboração de um livro de regras comuns e da directiva de requisitos de capital.