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Cardiologistas preocupados com realidade atual e futura dos tratamentos para enfarte agudo do miocárdio

“É importante consciencializar as pessoas de que o tratamento deve ocorrer o mais rapidamente possível”, salienta o presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai reunir vários profissionais de saúde, representantes de autarquias e instituições envolvidas no transporte, tratamento e acompanhamento de doentes coronários, no dia 14 de fevereiro, entre as 10h00 e as 12h30, no Palácio de D. Manuel, em Évora.

Esta iniciativa surge no âmbito da campanha Cada Segundo Conta e das comemorações do Dia Nacional do Doente Coronário, que se assinala a 14 de fevereiro, tendo como objetivo apresentar a atual realidade do tratamento do enfarte agudo do miocárdio no Alentejo, bem como a sua realidade futura.

“Com esta iniciativa acreditamos que estamos a contribuir para o reconhecimento da importância da atuação face aos tratamentos do enfarte agudo do miocárdio, reforçando o seu papel decisivo. É importante consciencializar as pessoas de que o tratamento deve ocorrer o mais rapidamente possível, após o início dos sintomas, reduzindo, assim, o risco de mortalidade, a reincidência de enfarte e complicações associadas”, explica Eduardo Infante de Oliveira, presidente da APIC.

Lino Patrício, diretor do Centro de Responsabilidade Integrada Cérebro-Cardiovascular do Alentejo, avança que: “todos os anos cerca de 250 doentes fazem o tratamento por angioplastia na fase aguda de enfarte”.

“Avaliámos mais de 1.700 doentes com enfarte agudo do miocárdio e verificámos que o tempo designado por «door in, door out» é de mais de duas horas e 30 minutos, sendo que o tempo até ao transporte é superior a uma hora. Sabemos que as diretrizes indicam 120 minutos como tempo máximo para o doente iniciar a angioplastia. Cabe a todos os profissionais de saúde melhorar estes tempos, porque cada minuto corresponde a vidas perdidas e mais complicações futuras”, realça.

“Em Portugal, a incidência do enfarte agudo do miocárdio continua a ser elevada. É importante a precocidade no diagnóstico (valorização dos sintomas) – o que implicará um tratamento mais rápido com uma redução significativa da quantidade de músculo cardíaco ‘perdido’, o que levará a que os doentes tenham um melhor prognóstico, isto é, que possam voltar a ter uma vida ‘normal’”, conclui João Brum Silveira, Coordenador Nacional do Stent Save a Life (APIC).

A sessão de discussão tem o apoio da Câmara Municipal de Évora e do Hospital do Espírito Santo, em Évora, e contará com a participação de representantes de autarquias, de instituições de saúde da região do Alentejo e o testemunho de um doente coronário.

O Alentejo é a mais extensa região do país, apresentando uma rede de referenciação complexa, constituída por três Unidades Locais de Saúde (ULS): Norte, Centro e Litoral; contando com quatro hospitais, um hospital central em Évora e um ACS. O Hospital do Espírito Santo de Évora tem prevenção para angioplastia primária há cerca de 10 anos.

Com o objetivo de promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas, alertando para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a APIC desenvolveu, e tem a decorrer, a campanha de consciencialização “Cada Segundo Conta”, com o apoio do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da iniciativa Stent Save a Life, da APIC

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