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Capucho diz que os militares “não têm razão” na polémica do 25 de Abril

antonio capucho 3Antonio CapuchoAntónio Capucho foi convidado para mais um debate do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia. O histórico social-democrata, expulso do PSD, considerou que os militares não têm razão em querer discursar na sessão solene do 25 de Abril.

Convidado por Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, para o 80.º debate promovido por aquele movimento cívico, António Capucho passou em revista a política atual e foi crítico para com o Governo de Pedro Passos Coelho.

Numa sala repleta, António Capucho comentou a polémica relacionada com a sessão solene do 25 de Abril. E apresentou uma visão contrária à que defendem que os militares de Abril: não devem discursar no Parlamento.

“Eles não têm razão. A Assembleia da República, ao contrário de outras assembleias, não está vocacionada para permitir que personalidades usem da palavra, por muito respeitáveis ou emblemáticas que essas personalidades sejam. O uso da palavra é restrito, nos termos da lei, àqueles que foram eleitos”, realçou.

António Capucho comentou ainda a entrevista de Passos Coelho à SIC, transmitida na semana passada. “Veio agravar ainda mais o fosso que me separa deste Governo. Porque a entrevista é vazia de conteúdo, não tem uma palavra sobre a Europa, não revela minimamente em que áreas tenciona pedir mais sacrifícios no ano de 2015, não traz nenhuma novidade nem novidade ou nota de esperança em relação ao futuro”, sustentou.

A outra pergunta colocada por Joaquim Jorge sobre a teoria de Freitas do Amaral, que defende que a mudança no país passa por novos partidos, António Capucho não tem tanta certeza. Mas defende que é preciso mudar as leis eleitorais, diminuir o número de deputados e reduzir o financiamento aos partidos.

Apesar de ter sido expulso do PSD, António Capucho espera um dia regressar ao partido que ajudou a fundar. Afirma que a sua expulsão “foi injusta” e lembra que, se os estatutos do PSD fossem aplicados à risca, centenas de militantes teriam sido expulsos.

Joaquim Jorge destaca um facto, neste debate: “Capucho acha que os partidos se devem regenerar e se deve processar esse combate, quer por dentro com militância activa nos partidos, quer por fora com intervenções da sociedade civil, como é o exemplo do Clube dos Pensadores”.

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