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Cante alentejano: Depois do património da Humanidade, o turismo

cante alentejano A UNESCO deliberou que o cante alentejano é património cultural imaterial de toda a Humanidade. No Alentejo já se pensa na promoção de rotas turísticas baseadas na cultura e gastronomia regionais e, claro, nas casas de cante.

Um turista que vá ao Alentejo e não passe por uma casa de cante será como ir a Roma e não ver o Papa. Pelo menos é esse o espírito que impera no Turismo do Alentejo e Ribatejo (TAR), depois de, hoje de manhã, a comissão intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da Humanidade ter inscrito o canto alentejano na lista do património cultural imaterial da Humanidade.

Foi “uma enorme vitória não só para o Alentejo, mas também para Portugal”, de acordo com o presidente do TAR, Ceia da Silva.

Em declarações à Lusa, o responsável considerou a distinção “decisiva” para elevar a qualidade da oferta turística na região, que já no próximo ano deverá apostar nas casas de cante.

“Queremos que sejam casas em que, além da gastronomia e da cultura alentejana que podem oferecer, o turista possa também usufruir de cante alentejano, tal como funciona uma casa de fados”, explicou.

Para Ceia da Silva, o cante alentejano, “uma homenagem ao caráter, à alma e à essência da cultura alentejana”, é a base da “estratégia global” do TAR para os próximos anos, pelo que este “reconhecimento de uma expressão única” e da “forma de estar” da região terá “repercussões incalculáveis”.

Património imaterial

De acordo com a agência Lusa, os técnicos da UNESCO, reunidos em Paris (França), precisaram de apenas cinco minutos para aprovar a candidatura do cante alentejano, que tinha como principal promotor a Câmara de Serpa e a Casa do Cante.

A proposta portuguesa foi mesmo salientada pela comissão como um dos “bons exemplos das candidaturas selecionadas”.

A distinção mereceu uma atuação do grupo coral da Casa do Povo de Serpa, que foi a Paris para demonstrar à comissão em que consiste o cante alentejano. Só depois vieram as palmas, quer para a decisão da UNESCO, quer para a atuação.

De acordo com a proposta aceite, o “(can)to da (te)rra retrata a ligação umbilical do trabalhador com a terra-mãe”.

É um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia, associado geograficamente ao Baixo Alentejo.

A candidatura tinha sido apresentada em março de 2013, depois de um adiamento em 2012, quando o Ministério dos Negócios Estrangeiros entendeu que o processo não reunia condições para ser aprovado.

https://www.youtube.com/watch?v=yR1k193i888

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