Cannabis com “fins medicinais”: Nova Iorque pode ‘suceder’ ao Colorado

Nova Iorque pode tornar-se no segundo estado dos EUA a permitir o uso da cannabis para fins medicinais, dias depois do Colorado ter legalizado a venda. O governador Andrew Cuomo prepara um projeto para a venda mediante receita hospitalar, segundo o The New York Times.

Andrew Cuomo, o governador do estado de Nova Iorque (EUA) que se tem manifestado contra a liberalização da cannabis, deve apresentar um projeto, na próxima quarta-feira, para permitir a venda da droga com “fins hospitalares”. A notícia é avançada pelo jornal The New York Times e ocorre cinco dias depois do estado do Colorado ter legalizado a venda e cultivo da cannabis.

Esta droga pode ser vendida par auso médico em 21 estados dos EUA e no distrito de Columbia, mas só o Colorado permite a venda e cultivo para fins ‘recreativos’. No caso de Nova Iorque, o projeto de Andrew Cuomo apresentará bastantes restrições: a principal está na receita, que só poderá ser emitida por 20 hospitais.

O jornal não avança com a lista dos “fins medicinais” que permitirão o uso de cannabis, mas refere que o Departamento de Saúde estadual deverá optar por doenças  como o cancro e o glaucoma.

A proposta de Andrew Cuomo tem por objetivo aumentar a base eleitoral, de acordo com o artigo do The New York Times.  O governador vai tentar a reeleição no final deste ano (em novembro) e, de acordo com uma pesquisa divulgada no ano passado, 82 por cento dos eleitores de Nova Iorque são a favor do uso médico da cannabis.

A medida eleitoralista, segundo o jornal, surge no âmbito de outras que Cuomo promoveu por serem ‘populares’: os exemplos mais mediáticos foram a legalização do casamento homossexual, em 2011, e a proibição de venda de armas de assalto e de carregadores de alta capacidade, lançada no ano passado após o massacre na escola de Newtown (Connecticut).

A cannabis mantém no centro do debate sobre a descrimininalização das drogas leves. Em 2012, a polícia realizou 658.231 detenções, de acordo com um relatório da Drug Policy Alliance, devido à posse de cannabis.