Nas Notícias

Cancro: LUZ11 a cinco anos de ser o primeiro medicamento made in Portugal no mercado

investigacao 210investigacaoA Luzitin está a avançar com os ensaios finais do LUZ11, que poderá ser o primeiro medicamento português contra o cancro. O objetivo é colocar o fármaco no mercado daqui a cinco anos. Luís Almeida salienta o “elevado potencial de cura” demonstrado nos testes.

A Luzitin, uma farmacêutica portuguesa, já deu início aos primeiros ensaios em humanos do LUZ11, um composto que poderá ser, no prazo de cinco anos, um medicamento contra o cancro.

Se tal acontecer, será o primeiro fármaco made in Portugal na área da oncologia a chegar ao mercado.

Luís Almeida, diretor-geral da farmacêutica, salientou o “elevado potencial de cura” que o fármaco tem demonstrado até ao momento, embora só agora esteja a ser testado em pacientes humanos.

“O composto é administrado por via intravenosa e distribui-se pelo organismo do doente. O medicamento por si mesmo não tem ação, mas, se for accionado por uma luz de um determinado comprimento de onda (laser) ativa-se e destrói as células cancerosas no sítio onde a luz incidiu”, pormenorizou o médico, citado pelo Público.

Os ensaios estão a decorrer com 20 doentes (todos em fase terminal) com cancro da cabeça e pescoço. Nesta fase, a Luzitin estabeleceu uma parceria com o Instituto Português de Oncologia do Porto (cujo cirurgião oncológico Lúcio Lara Santos é o investigador principal) e a CUF Porto.

Nos testes anteriores, com animais, o LUZ11 “não causou efeitos secundários significativos”, apesar das doses terem sido mais elevadas.

“Como destrói seletivamente o tumor na zona em que a luz incide, poupa os tecidos sãos, o que é muito difícil com outros tratamentos”, reforçou Luís Almeida.

O responsável pela farmacêutica acredita que, nos próximos cinco anos, o LUZ11 se possa tornar num medicamento disponível no mercado, concluindo uma investigação que já decorre há cerca de três anos e meio.

Para além de vir a ser o primeiro fármaco oncológico made in Portugal, esse medicamento será também “a prova de que a universidade traz boa ciência e que é possível transformá-la em bons produtos”, como destacou o presidente do conselho de administração da Luzitin, Sérgio Simões, lembrando que a patente foi adquirida à Universidade de Coimbra.

De acordo com as estatísticas, há 3000 novos casos de cancro da cabeça e pescoço por ano em Portugal, com uma mortalidade associada de 60 por cento.

Em destaque

Subir