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Cancro: Há pombos treinados para distinguir sinais na mama

pombo do cancro

Há pombos a serem treinados para descobrirem sinais de cancro da mama. Um investigador da Universidade da Califórnia (EUA) fez um ensaio com 16 destas aves e demonstraram uma eficácia de 85 por cento na separação de biopsias positivas e negativas.

Os resultados do estudo, cuja conclusão foi agora publicada na revista PLOS One, deixam em aberto a hipótese de, num futuro próximo, os pombos começarem a ‘trabalhar’ nos hospitais.

Richard Levenson, investigador na Universidade da Califórnia, fez um ensaio com 16 pombos e biopsias de pele normal (da mama) e outras com tumores. Essas imagens foram apresentadas em dois formatos, ‘normal’ e de alta resolução.

“Os pombos tinham demonstrado, genericamente, uma capacidade de aprendizagem e, quando apresentamos um novo conjunto de lâminas, com digitalizações [de biopsias] normais e cancerosas, e souberam identifica-las corretamente”, salientou o investigador, em comunicado.

“A precisão, tal como a dos humanos, foi ligeiramente afetada pela presença ou ausência de cor nas imagens, assim como pela compressão. Ao primeiro dia tinham uma precisão de 50 por cento nas imagens sem ampliação que aumentou até cerca dos 85 por cento entre os dias 13 e 15”, isto quando “um observador humano inexperiência requer um treino considerável para atingir esta qualificação”, acrescentou Richard Levenson.

“Os pombos também aprenderam a identificar corretamente microcalcificações de cancro relevantes nas mamografias”, revelou ainda o investigador, que desafiou um assistente administrativo a ‘competir’ contra a ave: “Apesar das instruções verbais e de orientação visual não conseguiu atingir o mesmo nível do pombo”.

“As pesquisas dos últimos 50 anos demonstraram que os pombos conseguem distinguir identidades e expressões faciais de emoções, algumas letras do alfabeto e até identificar se um quadro é de Monet ou do Picasso”, lembrou Edward Wasserman, investigador da Universidade do Iowa que também participou no estudo.

“Os pombos não só provaram uma forte afinidade com a histopatologia como ainda alcançaram uma performance elevada que foi tão rápida ou ainda mais do que em outras experiências com identificações visuais que nós conduzimos nos nossos laboratórios universitários”, realçou o mesmo investigador.

Mas a principal conclusão do estudo foi também a mais surpreendente: quando tomaram uma decisão colegial, a identificação das biopsias atingiu uma eficácia de 99 por cento.

O próximo passo é saber se, um dia, os pombos serão mais rápidos e tão eficazes a processar lâminas em série do que os computadores dos laboratórios.

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