Os números são assustadores: metade das mortes prematuras em Portugal é provocada por cancro. A tendência é para piorar, alerta Francisco George. Segundo o diretor-geral da Saúde, o número de óbitos provocados pela doença vai aumentar ainda mais nos próximos anos.
O cancro é responsável pela morte de 25 mil portugueses por ano. Os dados foram revelados por Francisco George, diretor-geral da Saúde, no âmbito da apresentação da Oncoagenda 2012. Este é um documento que visa avaliar a evolução da oncologia em Portugal e, segundo o responsável, evidencia já uma tendência para o aumento do número de mortes provocadas pela doença.
O cancro é já responsável por metade dos óbitos prematuros em Portugal (morte de pessoas com menos de 70 anos), mas os especialistas revelam a tendência para um agravamento da situação. António Araújo, do Instituto Português de Oncologia do Porto, lembrou os 7,6 milhões de óbitos, a nível mundial, registados em 2008 para demonstrar a provável evolução da doença: em 2030, o número de mortes provocadas por cancro deve ascender aos 17,6 milhões.
Em contraponto, o oncologista referiu uma tendência positiva: a evolução das terapias e o consequente aumento de sobrevivência dos doentes. Entre 1990 e 1993, só 5,4 por cento dos doentes sobrevivia após dois anos passados do diagnóstico; entre 2002 e 2005, esse número foi de 9,9 por cento.
