Cancro do pulmão: Testes aos novos remédios deixam a promessa de uma cura

Os ensaios a medicamentos contra o cancro do pulmão tiveram “resultados extraordinários”. As novas terapias não são ainda uma cura, mas ajudam a reduzir os tumores a uma ‘mera’ doença crónica.

Esta é a grande esperança que rodeia o sétimo congresso do Grupo de Estudos para o Cancro do Pulmão, a doença que mais mata em Portugal: só em 2014 provocou 3927 óbitos, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

O pior desta doença é a forma lenta e silenciosa como progride, o que a torna detetável apenas numa fase muito avançada, com o tumor disseminado pelo corpo.

Contudo, a conjugação de novos medicamentos, à base de substâncias biológicas, com a imunoterapia tem deixado a promessa de uma cura para breve. E, mesmo que essa cura demore a chegar, será possível tornar o temível cancro do pulmão numa ‘simples’ doença crónica.

“Conseguimos duplicar e triplicar a sobrevivência e com pouca toxicidade. Passamos dos habituais oito a dez meses para dois anos e meio”, explicou Fernando Barata, o presidente do Grupo de Estudos, citado pela agência Lusa.

O sucesso dos novos medicamentos biológicos está nos marcadores biológicos já identificados no cancro do pulmão, agora transformados em alvos para os novos remédios e os tratamentos inovadores, como a imunoterapia.

“Estamos a conseguir em doentes que já tinham feito quimioterapia somar mais 12 a 15 meses de sobrevivência. É um avanço extraordinário”, argumentou Fernando Barata.

A combinação de remédios inovadores com a imunoterapia é o caminho para transformar o cancro do pulmão numa doença crónica, um passo fundamental para a posterior descoberta de uma cura definitiva.

“Ainda não estamos lá, mas estamos todos a trabalhar em ensaios clínicos para transformar esta numa doença crónica. Estes tratamentos não servem para todos os doentes. Têm de ser muito bem selecionados com base em critérios clínicos e nos biomarcadores”, acrescentou o responsável: “A ideia é conseguirmos descobrir mais marcadores biológicos e, por outro lado, descobrir toda a capacidade da imunoterapia e qual o doente certo, para conseguirmos progressivamente levá-lo de oito a dez meses de sobrevivência para o dobro dos valores e com excelente qualidade de vida”.

“Continua apesar de tudo, mesmo hoje, a ser a doença que mais mata entre as várias doenças oncológicas. O cancro do pulmão continua a ser uma doença grave. Mas, sim, nós estamos a conseguir paulatinamente avanços importantes”, sublinhou Fernando Barata.
“Em Portugal, temos a decorrer pelo menos uma dezena de ensaios clínicos para o cancro do pulmão”, concluiu: “São várias as companhias que estão a investir fortemente nesta área. Os últimos dois anos foram repletos de novidades”.

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