Ciência

Cancro do pulmão: Inibição de proteína aumenta capacidade da quimioterapia

Estudo que envolveu cientistas portugueses concluiu que a inibição de uma proteína trava a divisão celular, bloqueando a dispersão do tumor. A administração de um medicamento, o paclitaxel, conduz à autodestruição das células cancerígenas, reforçando a capacidade de resposta da quimioterapia.

“Quando as células de linhas celulares de cancro do pulmão são impedidas de produzir a proteína spindly, estas passam a responder de forma mais eficiente ao paclitaxel”, adianta Hassan Bousbaa, um dos investigadores envolvidos no trabalho coordenado por Patrícia Silva, da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico Universitário (CESPU), do Porto.

O cientista salienta que o paclitaxel já é usado na quimioterapia para impedir o crescimento das células cancerígenas, uma vez que inibe a divisão celular, sendo aplicado, por exemplo, em casos de cancro do pulmão, dos ovários e da mama, por exemplo.

De acordo com Hassan Bousbaa, a supressão da proteína spindly, quando combinada com a administração do fármaco, atrasa a saída mitótica e leva à autodestruição das células cancerígenas.

O problema, acrescenta o professor da CESPU, é que a inibição da proteína pode ter efeitos negativos junto das células saudáveis, embora se acredite que tais efeitos “sejam revertíveis no fim do tratamento”.

O estudo, salientam os autores, pretende “dar uma nova vida aos medicamentos mais usados e com uma longa história de sucesso no combate ao cancro, mas aos quais algumas células do cancro conseguem adaptar-se e sobreviver”, pelo que é preciso “impedir esta adaptação, ajudando estes medicamentos convencionais a combater melhor as células do cancro”.

A investigação, cujo resumo foi publicado na revista Cancer Letters, foi realizada com células produzidas em laboratório, sendo a próxima etapa um ensaio com animais, que deve arrancar em janeiro do próximo ano.

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