Um estudo apresentado nos EUA mostra que a obesidade agrava em 34 por cento o risco de morte em alguns tipos de cancro da mama. Esta associação, que se regista antes da menopausa, ainda não tem uma explicação científica, admitem os investigadores.

Em alguns tipos de cancro da mama, a obesidade agrava o risco de morte em 34 por cento antes da menopausa.

A descoberta, revelada durante a apresentação de um estudo, nos EUA, não tem ainda explicação científica.

“A obesidade aumenta significativamente os níveis de estrogénio no sangue apenas após a menopausa”, salientou Hongchao Pan, um dos principais autores do estudo.

Este investigador da Universidade de Oxford (Inglaterra) confessou que a equipa foi “surpreendida ao constatar que a obesidade aumenta o risco de morte apenas antes da menopausa”, pois “isto significa que não compreendemos o mecanismo biológico através do qual a obesidade afeta o diagnóstico”.

Pode não se compreender ainda o mecanismo, mas está comprovado que a obesidade fez aumentar o risco de morte, em mais de 30 por cento, para 20 mil mulheres jovens com cancro ER positivo, quando comparado com outros tipos.

Mais de 70 por cento dos cancros da mama são ER positivo, ao que não é alheio o facto destes tumores conterem um recetor de estrogénio (ER), a hormona produzida pelos ovários, que favorece o desenvolvimento das células cancerosas.

Contudo, não foi registada qualquer associação significativa entre a obesidade e o risco de mortalidade das 40 mil mulheres com o mesmo tipo de cancro após a menopausa, nem com as 20 mil com cancro ER negativo.

Ao todo, a investigação envolveu 80 mil mulheres, que participaram em 70 ensaios clínicos.

“Este estudo vem juntar-se a outros que demonstram que as pessoas obesas são mais duramente afetadas pelo cancro em geral”, comentou o presidente da Sociedade Americana de Oncologia, Clifford Hudis, durante a apresentação da investigação.