Um investigador do ISEP, no Porto, está a avançar com um método de deteção do cancro da mama, que dispensa a biopsia e exige apenas um exame ao sangue. Com um sistema portátil, o procedimento tradicional é substituído e pode ser aplicado em qualquer consultório clínico.
Hendrikus Nouws, professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), é o responsável por este projeto pioneiro, que facilita o diagnóstico do cancro da mama, de forma menos agressiva.
O docente do ISEP avança no sentido da deteção da doença sem recurso à biopsia, graças a um procedimento inovador que pode ser utilizado em qualquer consultório médico, ou centro de saúde.
“Só é preciso analisar o sangue, não é preciso biopsia, é um procedimento muito simples”, adianta Hendrikus Nouws, em declarações à agência Lusa.
Este projeto já tem resultados preliminares, que de acordo com esta agência noticiosa vão ser apresentados hoje no Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto), durante um seminário.
O novo método assenta num biossensor eletroquímico portátil, capaz de detetar os biomarcadores que ‘denunciam’ o cancro da mama. Ou seja, com uma amostra de sangue, podem ser encontradas as substâncias que os portadores daquela doença ‘transportam’.
O objetivo deste investigador do ISEP é tornar o método acessível a qualquer paciente, ao mesmo tempo que seja de fácil uso, um pouco à imagem do que sucede com os mecanismos utilizados pelos diabéticos, para medir os níveis de glicose.
Com a aplicação deste sistema, deixa de ser exclusivo dos hospitais a deteção do cancro da mama. Qualquer centro de saúde ou consultório médico pode avançar neste diagnóstico.
O projeto está numa fase inicial e necessita de ensaios clínicos mais aprofundados, que serão feitos em parceria com o IPO-Porto. Só depois de cumpridas estas etapas pode pensar-se na comercialização do biossensor para deteção do cancro.
A apresentação do biossensor será feita hoje, durante uma conferência que decorre no auditório principal do IPO-Porto, segundo adianta a Lusa. O seminário chama-se ‘Perspetivas atuais e futuras da investigação do Cancro da Mama’.