Um grupo de investigadores britânicos descobriu que a aspirina dificulta em um terço a propagação do cancro e, melhor ainda, reduz o risco de morte para metade. Agora são precisos novos estudos a reforçar a eficácia deste tratamento que, quando tomado em excesso, aumenta as hipóteses de hemorragias no estômago e cérebro.
Um grupo de cientistas da Oxford University Hospitals NHS Trust (Inglaterra) descobriram que a vulgar aspirina pode revelar-se uma excelente medicação no campo oncológico. De acordo com o estudo, cujo resumo foi publicado na revista Lancet, a aspirina reduz o risco de propagação do cancro em 36 por cento, assim como baixa as hipóteses de fatalidade para 50 cento.
Trata-se de uma conclusão “muito significante”, como resumiu o investigador
Peter Rothwell, justificando que as mortes por cancro são mais frequentes devido à propagação da doença do que ao desenvolvimento do tumor: “se encontrarmos um tratamento que reduz a propagação há um potencial incrível para curar pessoas com cancro”.
As vantagens da aspirina foram medidas em três anos. Segundo os resultados da investigação, o uso frequente deste medicamento diminui, ao fim desse período, o risco do surgimento de cancro em 25 por cento. A isto há que somar a componente financeira, pois os medicamentos oncológicos têm um preço muito superior ao da aspirina e, em certos casos, podem implicar um custo mensal com os tratamentos superior a mil euros.
O próximo passo, no entender de Peter Rothwell, passa por realizar mais estudos que confirmem a aspirina como um fármaco possível de ser utilizado como terapêutica oncológica. Esta justificação é reforçada pelos avisos de vários especialistas, segundo os quais a utilização frequente da aspirina por pessoas saudáveis faz disparar o risco de hemorragias no estômago e no cérebro, risco que vai diminuindo após os três anos de consumo.