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Câmara do Porto mantém vontade de adquirir casa de Almeida Garrett que ardeu

A Câmara Municipal do Porto confirmou hoje à Lusa que mantém a proposta de aquisição de compra do imóvel privado onde nasceu o escritor Almeida Garrett e que hoje de madrugada ardeu parcialmente num incêndio.

A Câmara do Porto aprovou no passado dia 26 de março uma proposta da vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, para que se tentasse adquirir a casa onde nasceu o escritor português Almeida Garrett, um imóvel com quatro pisos que ficou hoje com o interior destruído na sequência de um incêndio que deflagrou pelas 01:56 e relativamente ao qual as autoridades estão a investigar a causa.

“O executivo da Câmara do Porto estava a estudar a hipótese de compra do imóvel [onde nasceu Almeida Garrett] e continua de pé essa vontade de compra. O importante é que o edifício fique protegido”, disse à Lusa fonte do gabinete de imprensa da Câmara Municipal do Porto.

Questionada pela Lusa, Ilda Figueiredo lamentou a “triste coincidência” da casa onde nasceu Almeida Garrett ter ardido precisamente um mês após a Câmara do Porto ter aprovado, por unanimidade, a proposta da CDU para tentar adquirir aquele imóvel na zona histórica da cidade e e que serviria para assinalar os 200 anos da Revolução Liberal do Porto (1820).

“Lamento muito a triste coincidência e mantenho a posição que foi aprovada por unanimidade pela Câmara do Porto, de aproveitar o que resta do edifício, mas naturalmente vai ter que se analisar face ao que aconteceu”, declarou a vereadora Ilda Figueiredo, assumindo-se “chocada com a tragédia” na casa que viu nascer um vulto da “cultura portuense e nacional”.

Segundo a mesma fonte da Câmara do Porto, o edifício onde nasceu Almeida Garrett e que começou a arder hoje pelas duas da madrugada é propriedade privada e foi extinto por volta das 04:00 da manhã.

“Ninguém ficou desalojado devido ao incêndio”, acrescentou a mesma fonte da autarquia.

A proposta de recomendação apresentada pela CDU defendia a aquisição da casa onde há 220 anos nasceu Almeida Garrett, na Rua Dr. Barbosa de Castro, e pedia-se que a autarquia decidisse encetar negociações visando comprar o imóvel.

“Tendo sido o Porto o berço da Revolução Liberal de 1820, de que se irão comemorar os 200 anos no próximo ano, é importante que, desde já, se procure adquirir a casa onde nasceu um dos maiores vultos do liberalismo e do romantismo, Almeida Garrett, visando instalar aí o que pode vir a ser um polo do museu do liberalismo”.

O prédio devoluto que ardeu situa-se junto da Cooperativa Árvore e tem duas fachadas, uma que dá para a Rua Doutor Barbosa de Castro, número 37, e de onde se pode ver o brasão principal da casa com o nome do autor da obra ‘Viagens na Minha Terra’ (1846), e a outra fachada dá para o Passeio das Virtudes, número 26.

Às 10:50 o incêndio ainda se encontrava em fase de rescaldo, com os bombeiros a efetuar remoção de escombros.

Ao local deslocaram-se 44 bombeiros, com 13 viaturas, das corporações de Bombeiros dos Sapadores do Porto, Voluntários do Porto e Portuenses do Porto.

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