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Câmara do Porto “deixa de reconhecer autoridade” à diretora-geral da Saúde

Autarquia diz-se “surpreendida” pela eventualidade de um cerco à cidade do Porto, medida que classifica de “inopinada e extemporânea”.  “A Câmara do Porto deixa de reconhecer autoridade à senhora diretora-geral da Saúde”, pode ler-se, num comunicado.

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, revelou hoje que estaria a ser equacionado um cerco sanitário à cidade do Porto, para travar os efeitos da pandemia da covid-19.

A Câmara do Porto reagiu mal à declaração, considerando a medida “inopinada e extemporânea”.

“Tal medida [cerco à cidade], absurda num momento em que a epidemia de covid-19 se encontra generalizada na comunidade em toda a região e país, não foi pedida pela Câmara do Porto, não foi pedida pela Proteção Civil do Porto e não foi pedida pela Proteção Civil Distrital. Nenhuma destas instituições e nenhum dos seus responsáveis, incluindo o presidente da Câmara do Porto foi contactado, avisado ou consultado pela Direção-Geral da Saúde”, pode ler-se, num comunicado.

A autarquia considera que o cerco seria “inútil” e “tornaria impossível o funcionamento de serviços básicos da cidade, como a limpeza urbana (cuja maior parte dos trabalhadores não reside na cidade), como a recolha de resíduos (cuja LIPOR fica fora da cidade), como o abastecimento e acessos a dois hospitais centrais (Santo António e São João) estariam postos em causa”.

O município liderado por Rui Moreira – autarca que criticou o Governo por avançar com medidas em lares sem olhar para a cidade do Porto – “não pode concordar com uma medida dessa natureza, baseada em estatísticas sem consistência científica ou fiabilidade, emitidas diariamente pela DGS e cujas variações demonstram a sua falta de credibilidade”.

“Muito menos faz sentido isolar uma cidade quando à sua volta a situação epidemiológica nos concelhos limítrofes é em tudo igual”, acrescenta a nota.

Nesse sentido, a Câmara do Porto “deixa de reconhecer autoridade à senhora diretora-geral da Saúde, entendendo as suas declarações de hoje como um lapso seguramente provocado por cansaço”.

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