Contabilista da Câmara do Pombal condenado a três anos de prisão efetiva pelo desvio de 527 mil euros. Em sete meses, fez 71 transferências bancárias, num ato ilícito que o Tribunal de Pombal deu como provado. Mas o caso não termina aqui: a autarquia vai interpor uma ação contra o banco, que “não poderia permitir uma transferência sem duas assinaturas”, segundo o líder do município.
Vítor Leitão era funcionário da autarquia há 33 anos e iria reformar-se em junho. Mas a sua carreira profissional termina com uma condenação, por ter desviado 527 mil euros, entre dezembro de 2009 e julho de 2010.
Depois de detido pela Polícia Judiciária, numa altura em que fazia uma das 71 transferências bancárias da conta da Câmara do Pombal, em seu benefício, respondeu em tribunal pelo crime de peculato e falsificação de documentos. Foi condenado a cinco anos e três meses de prisão efetiva.
Segundo o presidente da Câmara Municipal do Pombal, Narciso Mota, a autarquia “vai agora levantar um processo contra o banco”, uma vez que a “lei determina que sejam necessárias duas assinaturas em todas as transferências”.
Vítor Leitão, em declarações a uma rádio do Pombal, assumiu a prática dos crimes, justificando-os com um alegado aliciamento. “Fui enrolado. Alguns indivíduos iludiram-me com empreendimentos turísticos no Brasil e levaram-me a cometer esta loucura”, afirmou.
No entanto, a acusação sustenta que o dinheiro desviado foi usado para comprar um carro, ouro, eletrodomésticos, viagens a São Tomé e Príncipe e saldar dívidas do Núcleo Sportinguista de Pombal – coletividade onde exercia o cargo de vogal do conselho fiscal.
O agora ex-funcionário vai cumprir uma pena de cinco anos e três meses de prisão e terá ainda de pagar 420 mil euros à Câmara Municipal do Pombal. Todo o dinheiro que desviou terá de ser devolvido ao Estado.