O presidente da Câmara de Tui, na Galiza, Espanha, ordenou hoje a selagem da fábrica de pirotecnia La Gallega, cumprindo uma sentença do Tribunal Superior de Justiça que determinou a suspensão da atividade daquela unidade, informou aquele município.
Em comunicado, aquela autarquia galega explica que a decisão do presidente da Câmara de Tui, Carlos Vázquez Padín inclui a realização, na segunda e terça-feira, de uma inspeção urbanística à pirotecnia, situada na localidade de Baldráns, com o objetivo de adotar medidas precisas que garantam “o encerramento e suspensão total da atividade daquela unidade”.
A fábrica de pirotecnia pertence ao mesmo proprietário do armazém clandestino que explodiu, em maio, provocando dois mortos, 26 feridos e destruindo cerca de 20 casas e causando danos em mais de uma centena, na localidade galega de Paramos.
Na nota, o município de Tui adianta ter ainda ordenado à polícia local que seja criado um perímetro em torno da fábrica e vedado “completamente” o acesso à mesma.
A imprensa espanhola refere hoje que o Tribunal Superior de Justiça da Galiza já havia decretado o encerramento daquela unidade em 2014. Os jornais A Voz da Galiza e Faro de Vigo adiantam que, face ao incumprimento daquela decisão judicial, o autarca Carlos Vázquez Padín foi condenado ao pagamento de uma multa coerciva no valor de 1.500 euros e ao imediato cumprimento da sentença decretada há quatro anos.
Em maio, o tribunal de Pontevedra decretou prisão preventiva, sem fiança, para o dono da fábrica de pirotécnica e de três armazéns clandestinos de material explosivo descobertos em Tui.
O homem está indiciado pela prática dos crimes de homicídio por negligência, danos e lesões por negligência, risco de catástrofe e posse ilegal de explosivos.
Francisco González Lameiro foi detido, duas vezes, após a descoberta de mais dois armazéns clandestinos com material explosivo, semelhantes ao que explodiu na localidade de A Torre, Paramos.
Após a explosão, a Câmara de Tui criou um fundo de emergência, de um milhão de euros, para apoiar as famílias afetadas pela explosão.
Numa primeira fase, aquele fundo “cobrirá as necessidades básicas das 692 pessoas afetadas”, sendo que “quatro famílias ficaram sem habitação e vão ser realojadas”, tendo ainda sido reportadas e 325 queixas por danos causados pelo rebentamento.
Na altura, o município galego, na fronteira com o concelho de Valença, no distrito de Viana do Castelo, anunciou ainda a criação de um gabinete urbanístico, “exclusivamente, dirigido aos afetados, que prestará apoio técnico e jurídico”.
O município de Tui informou ainda ter sido criada uma conta bancária para reunir donativos, um endereço eletrónico e uma linha telefónica para apoiar os afetados, nomeadamente, com informações sobre casas disponíveis para alugar.
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