A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai financiar 85 por cento do contrato de 270 milhões de euros adjudicado à construtura Mota-Engil para a modernização das instalações navais do Soyo, no norte de Angola, segundo um despacho assinado pelo Presidente angolano.
Num despacho presidencial datado de 22 de maio e a que a Lusa teve hoje acesso, além de ajudicar a empreitada à construtura portuguesa, o Presidente de Angola, João Lourenço, aprovou um contrato de financiamento entre o Estado angolano e a CGD avaliado em 252.530.810 euros.
O valor presente neste contrato de financiamento destina-se à “cobertura de 85 por cento do Contrato de Empreitada” e a “100 por cento do prémio de seguro”, lê-se no documento assinado pelo chefe de Estado angolano.
João Lourenço justificou a celebração destes contratos com a “necessidade de recursos financeiros para materializar os projetos de investimentos públicos e melhorar as condições das infraestruturas do país” e com a “necessidade de financiar o projeto de modernização das infraestruturas navais do Soyo”.
Na terça-feira, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Mota-Engil informou que, através da Mota-Engil Engenharia e Construção África, “se concretizaram os últimos trâmites legais conducentes à execução de um contrato para a modernização das Instalações Navais do Soyo, no norte de Angola”.
A construtora liderada por Gonçalo Moura Martins detalhou que o contrato totaliza 270 milhões de euros e contempla a execução de três atividades principais: dragagem, construção de cais e edifícios e infraestruturas.
“O financiamento integral do projeto está assegurado por uma instituição de crédito à exportação”, acrescentou a Mota-Engil.
No comunicado, a construtora portuguesa referiu que “a confirmação da adjudicação deste contrato em toda a sua extensão é mais um exemplo relevante da dinâmica comercial da Mota-Engil em África, e em Angola em particular, continuando este país a afirmar-se como um pilar do desenvolvimento do Grupo”.
A Mota-Engil adiantou que, nos últimos dias, foram também adjudicados “contratos de menor dimensão em Angola, no Uganda, em Moçambique e no Malawi”, num valor total de cerca de 180 milhões de euros, na sequência dos quais a carteira de encomendas cresceu 450 milhões de euros na região africana.
Em 10 de maio, a Mota-Engil anunciou ter assinado novos contratos no Quénia no valor de 100 milhões de euros, relativos ao projeto, construção, operação e manutenção por 10 anos de duas redes de estradas naquele país.
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