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Cada euro de investimento público nos politécnicos é, no mínimo, duplicado, segundo um estudo

Cada euro de investimento público nos institutos superiores politécnicos é transformado por estas instituições em pelo menos dois euros de atividade económica, revela um estudo do conselho coordenador dos politécnicos, hoje divulgado.

Entre os institutos analisados – Beja, Bragança, Castelo Branco, Cávado e Ave, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Tomar, Viana do Castelo e Viseu – o melhor resultado no retorno do investimento público pertence ao politécnico do Cávado e Ave, que multiplica por 5,61 cada euro investido.

No estudo ‘O impacto económico dos institutos superiores politécnicos em Portugal’, do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que analisa os impactos diretos e indiretos da presença de 12 destes institutos nas regiões onde se inserem, é o politécnico de Beja que aparece com resultados mais baixos na multiplicação do investimento público que recebe, mas que ainda assim, quase consegue transformar cada euro investido em dois.

Os resultados não surpreendem o presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, que em entrevista à agência Lusa sobre o estudo defendeu que “quem está no terreno tem a noção clara do impacto que cada instituição politécnica possui” para os seus concelhos e regiões.

“Nós tínhamos esta noção clara de que era importante. Às vezes os números falam por si só, representam um impacto muito significativo do ponto de vista do valor e da despesa gerada, mas acima de tudo representam um impacto muito significativo também ao nível do emprego gerado”, disse o também presidente do politécnico de Setúbal, que defendeu que o estudo demonstra “de uma forma inequívoca a imprescindibilidade” dos politécnicos para o desenvolvimento e coesão e económica e social das regiões.

No caso de Bragança, por exemplo, o politécnico local é, entre os 12 analisados, aquele que mais pesa na criação de riqueza regional, representa 10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) local, a sua atividade económica gera perto de 65 milhões de euros anuais, é o 3.º maior empregador na região onde se insere, tendo criado 2.188 postos de trabalho, absorvendo 9 por cento da população ativa.

“Numericamente quando falamos de dez por cento do PIB numa região, isto grita quase por assim dizer, a imprescindibilidade dos politécnicos nessas mesmas regiões”, disse Pedro Dominguinhos, que referiu em algumas regiões do interior onde se fixaram empresas de tecnologia, por exemplo, “o elemento comum é a existência de um politécnico que forma recursos humanos altamente qualificados”.

A atividade económica gerada pelos 12 institutos analisados neste estudo varia entre os 17 milhões de euros do politécnico de Portalegre e os 129 milhões de euros do politécnico de Leiria, que têm, no entanto, pesos mais reduzidos no PIB das suas localidades – 3,68 por cento e 4,16 por cento, respetivamente.

Estão também entre os três principais empregadores das suas regiões, no caso do instituto de Leiria com mais de quatro mil empregos criados, que absorvem mais de 4 por cento da população ativa da região.

O peso relativo dos politécnicos para os PIB regionais tende a ser mais expressivo nas regiões do interior: os politécnicos de Setúbal e de Viana do Castelo apresentam as percentagens de peso no PIB mais baixas, em ambos os casos inferiores a 2 por cento.

Na maioria dos casos cada instituição foi responsável pela criação de pelo menos um milhar de postos de trabalho.

O CCISP tem em preparação outro estudo, que vai também medir o impacto da transferência do conhecimento produzido por estas instituições para a sociedade, que Pedro Dominguinhos considera ser uma questão “crucial, bem como o valor económico dos diplomados”.

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