Na Tanzânia está em curso uma caça aos bruxos, feiticeiros, curandeiros, adivinhos e ‘derivados’. Em causa estão os ataques contra albinos, aos quais as crenças populares atribuem poderes mágicos.
De acordo com o porta-voz da polícia, Advera Bulimba, desde 1 de janeiro e até ontem foram detidos 225 feiticeiros.
A megaoperação vai continuar, continuou a mesma fonte, em declarações à AFP, e vai abranger as 30 regiões do país.
O objetivo é terminar com os ataques contra albinos, que terminam em mutilações ou, nos casos mais graves, na morte das vítimas. As autoridades referem que os órgãos ‘mágicos’ dos albinos podem atingir valores a rondar os 600 dólares no mercado negro.
As declarações de Advera Bulimba foram proferidas dois dias após a polícia ter detido sete suspeitos do ataque a uma criança albina, de 6 anos, à qual cortaram uma mão.
“Alguns dos detidos estavam na posse de itens, tais como peles de lagarto ou leão, dentes de javali-africano, ovos de avestruz, rabos de macaco ou de burro e patas de aves”, acrescentou o porta-voz da polícia.
As atividades de bruxaria e feitiçaria são ilegais na Tanzânia desde o início deste ano.
Em comunicado, a polícia apelou aos líderes tribais, religiosos, políticos e até aos jornalistas “para continuarem a campanha de consciencialização contra as crenças supersticiosas que estão atrasando o desenvolvimento” deste país africano.
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