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Cabo Verde quer usar livros e literatura como pretexto para grandes debates

O ministro da Cultura de Cabo Verde, Abraão Vicente, disse hoje que o país quer fazer do festival Morabeza, da literatura e dos livros pretextos para grandes ideias e debates internacionais.

“A nossa pretensão e a nossa ambição é, sim, que mexa um pouco com a dinâmica literária em Cabo Verde, que os livros e os encontros literários não sejam apenas para escritores e para intelectuais, mas sejam um momento em que toda a sociedade se mobiliza para grandes debates”, projetou o ministro.

Abraão Vicente falava à imprensa, na cidade da Praia, ilha de Santiago, momentos antes do arranque da terceira edição da Morabeza – Festa do Livro, evento literário promovido pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas do país.

A iniciativa decorre até 03 de novembro e contará com a presença, entre os convidados, logo no primeiro dia, de José Ramos-Horta, antigo Presidente da República de Timor-Leste e Prémio Nobel da Paz em 1996, que dará uma “entrevista de vida”.

Para o governante cabo-verdiano, a feira do livro é um espaço criado para partilha no qual o livro e a literatura são pretextos para grandes debates e grandes ideias, e com presença de grandes personalidades.

“E este ano, com a presença de um prémio Nobel da Paz, significa que nós inauguramos um novo momento em que nós queremos que Cabo Verde seja uma plataforma de diálogo, onde personalidades do mundo com grande percurso internacional possam vir a Cabo Verde debater grandes temas”, prosseguiu.

Além das personalidades internacionais, o ministro da Cultura disse que o grande propósito é também trazer as temáticas nacionais para o âmbito internacional.

“O grande objetivo é conseguir grandes personalidades internacionais, para que, em Cabo Verde possa haver esse debate”, salientou o governante, destacando o facto de a conversa com Ramos-Horta ser moderada por Margarida Fontes, jornalista e escritora cabo-verdiana.

A feira arrancou na cidade da Praia, mas estende-se pela primeira vez à ilha do Fogo, com atividades em todos os três municípios.

Para o próximo ano, Abraão Vicente afirmou que já há duas propostas de descentralizar o festival, que são as ilhas de Santo Antão e São Nicolau.

“Mas o fundamental é que as ilhas se preparem e mobilizem as populações. Não vale a pena ter sessões onde escritores vão e a população não apareça. E, para isso, nós também estamos preparados para fazer a mobilização necessária para que as pessoas apareçam”, adiantou.

A edição de 2019 da Morabeza contará com uma feira do livro com obras de autores internacionais e lusófonos.

Na cidade da Praia, a Biblioteca Nacional de Cabo Verde foi a escolhida para receber os encontros com os autores, enquanto na ilha do Fogo a programação divide-se entre Chã das Caldeiras, Santa Catarina, São Filipe e Mosteiros.

Entre outros convidados para conversas com o público está prevista a presença na Morabeza deste ano de Abdulai Sila, escritor da Guiné-Bissau, Eurídice Monteiro, Fausto do Rosário, Germano Almeida, Manuel Veiga e Margarida Fontes, de Cabo Verde, Conceição Lima, de São Tomé e Príncipe, Mário Augusto e João Tordo, de Portugal, e Ondjaki, de Angola.

Haverá ainda mesas de debate, visitas a escolas, ‘showcooking’ (sessão de culinária ao vivo), sessões de literatura com crianças, pintura de murais e debates.

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