O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares, defendeu hoje que um eventual entendimento para facilitar a mobilidade interna na CPLP mostrará ao mundo que aquela comunidade sabe cooperar, concertar-se e partilhar.
O chefe da diplomacia de Cabo Verde discursava no Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente, na abertura do XXIV reunião ordinária do conselho de ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que vai abordar o tema da mobilidade interna e a proposta da presidência, rotativa, cabo-verdiana.
“Quando falamos da mobilidade na CPLP não estamos a falar apenas de mobilidade, mas fundamentalmente de coisas que ela potencia, dando escala e criando novas sinergias de mercado, na ciência, nas tecnologias, na cultura, gerando novas oportunidades”, enfatizou.
“A nossa comunidade ganha em dimensão e importância pois dizemos ao mundo que somos nações soberanas, sim, sem sombra de dúvidas, mas uma verdadeira comunidade que sabe cooperar, concertar-se e partilhar, juntando forças para criar uma dinâmica que potencia as nossas possibilidades de desenvolvimento”, acrescentou o ministro, que preside à reunião de hoje.
Os chefes da diplomacia dos nove Estados-membros da CPLP estão reunidos na cidade do Mindelo, com a presidência cabo-verdiana a tentar um entendimento sobre o tema da mobilidade dentro da organização.
Os trabalhos decorrem à porta fechada, estando prevista a leitura de um comunicado final da reunião às 13:30 locais (menos duas horas em Lisboa).
A XXIV reunião ordinária do conselho de ministros da organização lusófona decorre precisamente com o lema “A mobilidade como fator de coesão e construção de cidadania na CPLP”, que é também um dos temas a discutir internamente, segundo a agenda de trabalhos.
“Nós estamos a dar, na medida do possível, uma contribuição para projetarmos a nossa comunidade para um patamar em que contam mais os cidadãos, os homens de cultura, os empresários, os cientistas os investigadores, os docentes, os estudantes, mas também o funcionário público, o empregado comercial. Enfim, os cidadãos anónimos de todos os nossos países pois são eles não só a razão de ser das nossas ações, mas também porque são eles os verdadeiros construtores do presente e do futuro”, destacou, na intervenção de abertura, o ministro cabo-verdiano.
Cabo Verde assume atualmente a presidência rotativa da CPLP e apresentou um modelo de integração comunitária que prevê estadias até 30 dias no espaço da comunidade isentas de vistos e vistos de curta temporada para profissionais, investigadores e docentes, além de autorizações de residência.
Esta proposta já foi aprovada anteriormente pelos ministros da Administração Interna da CPLP.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.