Desporto

Bruno de Carvalho emite comunicado

O presidente do Sporting emitiu um comunicado nesta quinta-feira, em que declina responsabilidades no “ato hediondo cometido na Academia”. Bruno de Carvalho revela que enviou mensagens aos jogadores e treinador, “pedindo desculpas (…) e manifestando total solidariedade”.

“Jamais, com as regras e princípios que me norteiam, poderia ser responsável por um ato hediondo como aquele que foi cometido na Academia do Sporting na passada terça-feira, o qual me tem sido atribuído no plano moral. Aquelas pessoas, jogadores, treinadores e demais membros da estrutura do futebol, que são a família que escolhi, podiam ser meus filhos, meus irmãos ou meus pais”, escreve o presidente do Sporting.

“O que se passou na Academia do Sporting foi, para mim, um choque, agravado pela preocupação com o que estava a acontecer com aquelas pessoas, ao mesmo tempo que eu sofria um linchamento, o qual se estendia à minha família”.

Bruno de Carvalho contraria algumas informações tornadas públicas, como a revelação de Octávio Machado, que disse que Jorge Jesus foi “despedido e humilhado” pelo presidente, na passada segunda-feira, durante uma reunião. Sem citar nomes e sem fazer qualquer menção a essa afirmação de Octávio, o presidente apresenta outra versão da história.

“Tive uma reunião muito franca, aberta e positiva com os jogadores na passada segunda-feira. Falámos do que se tinha passado na Madeira, da frustração que sentíamos e da vontade tremenda de ganhar a Taça de Portugal”.

O presidente do Sporting revela ainda que iria estar com os jogadores, na terça-feira, o que não sucedeu porque surgiram, nesse mesmo dia, notícias sobre alegados esquemas de corrupção a envolver o Sporting.

“Acordei com os jogadores que no dia seguinte [terça-feira], às 16 horas, estaria com eles no treino, na Academia. E isso só não aconteceu devido ao facto de o Correio da Manhã ter noticiado, em manchete, o envolvimento de colaboradores do Sporting em possíveis atos de corrupção. Por isso, desdobrei-me em reuniões sucessivas com advogados para tentar perceber o que se passava. A meio de uma dessas reuniões fui alertado para o que estava a acontecer na Academia e para lá me desloquei de pronto.

“Não passa pela cabeça de ninguém que o Clube ou a SAD tivesse interesse neste tipo de atos de terrorismo contra os seus ou outros, e em que circunstâncias fosse”, realça.

“Relembro que ainda por cima estamos a escassos dias da final da Taça de Portugal e que com este ato de verdadeiro terrorismo, ao agredirem barbaramente alguns jogadores, os colocariam em perigo de lesões, as quais os podiam impedir de realizar o jogo. Não posso acreditar que verdadeiros sportinguistas efetuassem tal ato com prejuízo claro, financeiro e desportivo, devido aos danos causados à marca, à instituição e pelo perigo de podermos não contar com alguns atletas por lesão”, sublinha ainda.

A terminar, revela que os jogadores receberam um pedido de desculpa.

“Quero ainda acrescentar que, apesar de o ter feito pessoalmente aos jogadores, técnicos e staff, enviei-lhes mensagens, pedindo desculpas em meu nome pessoal e enquanto Presidente, manifestando a minha total solidariedade e compromisso em como os culpados serão severamente punidos”, frisou.

Este comunicado surge horas depois de ser conhecida a demissão da Mesa da Assembleia-Geral e de Jaime Marta Soares, presidente daquele órgão, pedir a Bruno de Carvalho que se demita. Não há uma única palavra sobre essas ocorrências, que agravam a crise diretiva do clube.

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