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Bruma seca pode afetar 900 passageiros de companhia aérea cabo-verdiana

A bruma seca que cobre o arquipélago de Cabo Verde desde quarta-feira já obrigou a companhia área Binter a cancelar vários voos, afetando 569 passageiros, mas os números podem chegar às 900 pessoas, informou hoje a empresa.

“Até este momento estão afetados 569 passageiros, mas o número pode subir para os 900 se não conseguirmos efetuar mais voos hoje”, avançou à agência Lusa, em comunicado, o diretor-geral da Binter Cabo Verde, Luís Quinta.

Segundo aquele responsável, o primeiro voo cancelado foi o Praia-São Nicolau-Praia, afetando 112 passageiros, entre os quais três que estavam programados para uma transferência médica para a cidade da Praia.

“Temos previsão de intensidade de bruma seca para todo o dia de hoje e próximos dias, que irão afetar a navegação aérea no arquipélago”, adiantou.

A companhia aérea informou que “a situação piorou substancialmente” e até ao meio-dia fez apenas os voos Praia-São Filipe-Praia e Praia-São Vicente-Praia.

“Os outros voos para Praia, Boavista, Sal e São Vicente estão todos em ‘stand by’ à espera de melhorias meteorológicas”, prosseguiu o diretor-geral, indicando que a Binter continua a acompanhar a situação meteorológica e vai informar os seus clientes.

“As nossas equipas estão a postos e prontas para dar a nossa habitual assistência aos nossos passageiros nestas alturas tão delicadas”, garantiu Luís Quinta.

Esta tarde já foram cancelados mais quatro voos, de ida de volta, a partir da Praia, para as ilhas de São Nicolau e do Maio.

Neste momento, os aeroportos em Cabo Verde que dispõem de procedimentos de aterragem autónomos são os de São Vicente e Boavista.

“Mas infelizmente os procedimentos de aterragem autónomos (GPS) são de não precisão, que não tem muita diferença em valores de visibilidade com os procedimentos atuais”, explicou à Lusa.

Como “ajuda” em casos de bruma seca extrema, apontou a existência de sistemas de aproximação por instrumentos nos aeroportos, mas ainda assim disse que em dias como o de hoje a Binter teria problemas para realizar a descolagem devido à baixa visibilidade.

“Pois para descolagem nos aeroportos a visibilidade mínima necessária são 1.500 metros e nos aeródromos é de 5.000 metros”, referiu, indicando, como exemplo, que o Sal está com 1.200 metros e a previsão é para baixar para os 1.000, enquanto Boavista está com 800 metros de visibilidade.

“Casos de bruma seca são normais em Cabo Verde nesta época do ano e até março/abril, mas desta seriedade felizmente não são muito comuns. Estas situações originam os maiores constrangimentos ao nível de disponibilidade de hotéis, principalmente se é época alta”, salientou o diretor-geral, em resposta a questões da Lusa.

Luís Quinta disse ainda que os custos associados a estas situações “são elevados”, mas garantiu que a legislação nacional e a atenção aos clientes são sempre cumpridas.

“Conseguimos minimizar estes constrangimentos contando com a ajuda dos nossos colaboradores, que estão sempre a postos, e dos nossos parceiros diretos como a ASA, a CV Handling, entre outros”, terminou.

A bruma seca é uma tempestade de poeira proveniente do deserto do Saara e que é habitual em vários períodos do ano em Cabo Verde e vai continuar nos próximos dias em todo o arquipélago.

A Binter garantiu que os voos cancelados serão retomados assim que o estado meteorológico o permitir.

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