Foi há seis meses que um grupo da Nigéria raptou 276 raparigas. Por todo o mundo soou um grito, simplificado numa hastgag: #BringBackOurGirls, ou ‘tragam as nossas meninas de volta’. Os radicais do Boko Haram continuam à solta e 219 raparigas continuam desaparecidas.
A 14 de abril, um grito ecoou da Nigéria para todo o mundo: “Tragam as nossas meninas de volta”. As “nossas” 276 raparigas que foram raptadas, nessa noite, pelo grupo radical Boko Haram.
Não era o primeiro ataque destes terroristas islâmicos, nem foi o último, mas nunca uma ação envolvera tantos inocentes: 276.
Até ao momento, 219 raparigas continuam desaparecidas. Só 57 conseguiram escapar…
Nessa noite, os radicais entraram numa escola em Chibok, no estado de Borno, e levaram as vítimas à força, originando uma onda de indignação que varreu o mundo.
O lema rapidamente foi resumido a uma hashtag: #BringBackOurGirls. Mas ainda há 219 raparigas que não foram ‘devolvidas’.
Hoje, o meio ano decorrido desde o rapto foi evocado com manifestações e protestos por toda a Nigéria, onde o Boko Haram (que significa ‘A educação ocidental é proibida’) exige a instauração de um regime islâmico.
Os protestos foram acompanhados por uma marcha junto à residência oficial do Presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, como sinal de descontentamento pela alegada inação das autoridades.
Houve uma agravante: enquanto os nigerianos esperam pela libertação das 219 meninas que continuam cativas, o mesmo grupo libertou num país vizinho (Camarões) 27 reféns.
As famílias das vítimas continuam mergulhadas numa indecisão. “Na nossa cultura, quando alguém desaparece nós rezamos, até que ao fim de três meses acreditamos que devem ter morrido”, salientou um familiar de duas meninas raptadas, Enoch Mark.
Só que a tradição choca a “esperança renovada” sempre que foge uma das ativas, como ocorreu em setembro.
“Chegámos a pensar em organizar funerais para as raparigas, como a nossa tradição dita, mas a descoberta de uma rapariga no mês passado, que fora raptada pelo Boko Haram em janeiro, deu-nos uma esperança renovada”, explicou a mesma fonte.
Os raptos são uma das ‘tradições’ do Boko Haram, que tem agravado a guerrilha contra o regime nigeriano desde 2009.
Nas contas das entidades oficiais, o conflito provocado pelos rebeldes já provocou a morte de mais de 13 mil pessoas.
Os seis meses que decorreram desde o rapto coincidem no tempo com a entrega do prémio Nobel da Paz a Malala Yousafzai, a paquistanesa vítima dos talibãs que, no discurso oficial, se associou à campanha #BringBackOurGirls.
“Incito o Governo nigeriano e a comunidade internacional a redobrarem os seus esforços para trazerem uma conclusão rápida e pacífica a esta crise”, instou Malala Yousafzai.