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Brexit: PM britânico desvaloriza previsões do Governo para falta de alimentos, medicamentos e motins

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, desvalorizou hoje um documento oficial divulgado na quarta-feira que prevê a escassez de alimentos, medicamentos e motins num caso de Brexit sem acordo, alegando que faz parte dos preparativos do Governo.

“É muito importante perceber o que é este documento: este é o pior cenário possível para o qual os funcionários públicos obviamente precisam de preparar-se. Mas, nos últimos meses e, principalmente nos 50 dias desde que sou primeiro-ministro, acelerámos enormemente os nossos preparativos”, afirmou hoje em Londres, num evento dedicado à indústria naval.

Boris Johnson disse que o país estará “pronto para um Brexit sem acordo, se tivermos que fazê-lo”, embora tenha acrescentado estar confiante na negociação de um acordo durante o Conselho Europeu de 17 e 18 de outubro.

Na quarta-feira o Governo publicou um documento sobre a “Operação Yellowhammer”, que designa os trabalhos de preparação do executivo britânico para uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Boris Johnson assumiu funções como primeiro-ministro britânico em 24 de julho, substituindo Theresa May, com a promessa de concretizar a saída do Reino Unido da União Europeia no prazo de 31 de outubro, com ou sem acordo de saída.

No documento confidencial de seis páginas, publicado na sequência de uma moção aprovada na segunda-feira no parlamento, lê-se que o número de camiões que atravessam a principal rota de transporte de mercadorias, entre Dover e Calais (França), pode cair entre 40 por cento a 60 por cento logo no primeiro dia após um Brexit sem acordo, e que as possíveis interrupções poderão prolongar-se por três meses.

Esta perturbação na circulação de transportes resultaria na diminuição do fornecimento de certos tipos de alimentos frescos e medicamentos, o que faria os preços subirem, afetando as pessoas pobres, e que os efeitos poderão provocar grandes protestos e motins, segundo o documento.

O estudo também descreve grandes perturbações para as deslocações de pessoas entre o Reino Unido e a UE, incerteza para cidadãos do Reino Unido que vivem na Europa e refere que as tentativas de manter uma fronteira aberta entre a Irlanda e a Irlanda do Norte provavelmente não vão resultar.

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