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Brasileira expõe caso de xenofobia de que foi vítima no Metro do Porto

Uma mulher brasileira, residente na cidade do Porto, partilhou na sua conta de Facebook um episódio que viveu esta semana enquanto viaja no Metro do Porto, considerando que foi vítima de xenofobia.

A mulher em causa trata-se de Cuka Cláudia Linck, que partilhou o momento de pânico e aflição que passou esta terça-feira. Enquanto viajava no metropolitano da cidade, rumo a uma entrevista de emprego, apareceu um revisor para validar o seu título de viagem.

Contudo, tinha sido uma manhã agitada para a jovem, o que a fez atrasar-se em muitos aspetos, inclusive para “a tal entrevista”. Na correria e confusão, Cuka acabou por perder “a capinha” onde guarda todos os seus cartões, desde o cartão de cidadão ao próprio título de viagem de que tanto precisava naquele momento.

Como sabemos é ilegal andar no metropolitano da cidade sem título de transporte. Mas como Cuka conta, “não devo, não temo, fui até ele e expliquei a situação”.

No entanto, ser honesta não resultou e a jovem teve mesmo que sair do transporte, uma estação depois daquela que deveria sair. Consigo saiu um rapaz português, que “simplesmente foi-se embora” depois de receber a sua notificação.

Já com Cuka a situação foi diferente, porque tinha de falar com uma “superior”. É então que a jovem começa a explicar-lhe a sua situação, pelo que a “superior” lhe pergunta: “E só reparou agora?”.  Cuka conta que esta foi a primeira insinuação feita. “Ela me olha de cima a baixo. Uma cara de deboche, um risinho querendo sair no canto da boca”, até que “ela me manda esperar sentada porque chamou a POLÍCIA”.

A jovem relembra que começou a entrar em desespero e a entrar numa “crise existencial”, deixando de se preocupar com os cartões, uma vez que a única coisa que precisava era de chegar à entrevista que era tão importante. À medida que o tempo passava, quanto mais ficava sentada à espera, Cuka começou a irritar-se e as coisas começaram a piorar.

“A fiscal superior me olhou com uma cara de nojo e disse coisas do tipo: para de gritar nos meus ouvidos, não estou a gostar de tanto alvoroço, miúda descontrolada, só podia ser brasileira que gosta de barraco (…) até que culminou com um ALTO E CLARO: VOLTE PARA O SEU PAÍS”.

É então por isso que Cuka acusa a “superior” de preferir vê-la a desesperar durante uma hora, a perder a oportunidade de arranjar um emprego e ignorou todos os seus pedidos de compreensão. “Riu-se de mim, foi xenófoba e tratou-me como uma criminosa. Escolheu torturar-me um pouco desde que escutou o meu ‘oi’. Achou que meu desespero naquela situação era por eu ser uma brasileira BARRAQUEIRA, COMO TODAS”.

O jornal online Notícias ao Minuto entrou em contacto com o Metro do Porto que afirmou que esta situação “merece ser esclarecida”, pelo que já está a ser investigada.

“Claro que a Metro do Porto não pode responder pela actuação da Polícia – a quem cabe fazer a identificação das pessoas, o que é normal quando as pessoas estão em infração (…) mas pode e deve averiguar a actuação dos funcionários da fiscalização que prestam serviço no Metro”, esclareceu uma fonte do gabinete de comunicação do Metro do Porto, que acrescenta que o “que não é normal” foi o “tipo de linguagem” utilizado pelos funcionários da fiscalização.

“E pedimos desculpa se, de facto, essa actuação foi incorrecta. É isso que estamos a averiguar e de que daremos conta quanto ao que for apurado”, finaliza.

Já Cuka diz que foi um episódio que a marcou de uma maneira muito negativa, deixando várias críticas a este tipo de preconceitos: “A única coisa que garante que esses episódios aconteçam menos é uma educação de base e punição para quem o fez”.

https://www.facebook.com/cukalinck/posts/10212920738437365

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