Economia

Brasil: Terras e lotes que britânicos compraram são uma fraude

fortalezaVários britânicos foram comprando terras e lotes em Fortaleza, no Brasil, para valorizarem com o Mundial de futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Só que a empresa promotora era ‘dirigida’ por refugiados afegãos e só comprou matas que não chegam a custar 70 euros.

As autoridades britânicas desmontaram um caso de fraude com alegado terrenos no Brasil, estando agora a tentar apurar quem são os responsáveis pela burla.

A situação foi revelada pela BBC Brasil, que dá conta da existência de vários britânicos lesados.

Em causa está a Pantheon Realty Consultants, uma empresa com sede no prédio Gherkin, um dos mais prestigiados edifícios da praça financeira de Londres, que negociava terrenos e lotes em Fortaleza, no Brasil.

Aliciados pela forte valorização prometida pela realização de dois dos maiores eventos mundiais, o Campeonato do Mundo de futebol (2014) e os Jogos Olímpicos (2016), as vítimas ficaram enredadas num esquema fraudulento que foi decorrendo nos últimos três anos.

Alguns dos investidores chegaram a comprar terrenos à beira da praia no valor de 12 mil euros. Só que, na verdade, compraram pequenos lotes de mata que não chegam a custar 70 euros.

Entre as vítimas está uma viúva com cancro, que perdeu mais de 70 mil libras.

Quando a fraude começou a ser descoberta, apurou-se que os supostos diretores da Pantheon Realty Consultants são, na verdade, refugiados afegãos a quem usurparam os nomes.

“Quem vê o site da empresa nota que é muito bonito, muito profissional. No início, essas pessoas pareciam profissionais”, contou Mike Langley, um consultor de energia lesado no esquema.

“Em maio de 2013, um outro senhor abordou-me de maneira muito agressiva, pressionando-me a comprar as terras naquele momento porque tinham vendido os lotes todos. Tudo parecia normal e eu estava à espera da escritura e dos documentos quando a empresa foi fechada”, acrescentou.

“Eles saíram impunes”, lamentou-se Langley: “quando descobri, fiquei doente. Demorei um mês para contar à minha esposa o que tinha acontecido, para ter coragem de dizer a ela”.

A empresa já foi encerrada pelas autoridades.

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