Brasil tem um centro cultural em Lisboa para ser “bastante sofisticado e contemporâneo”

Na celebração do ‘Ano do Brasil em Portugal’, o Governo brasileiro transformou um antigo armazém em Lisboa num centro cultural para artes contemporâneas. “Um legado do Brasil a Portugal” que a ministra ‘canarinha’ da Cultura, Marta Suplicy, diz ser “sofisticado”.

O Brasil tem, a partir de hoje, um centro cultural de artes contemporâneas em Lisboa. O espaço, que aproveitou um pavilhão de 1200 metros quadrados, restaurado por Aby Cohen e decorado pelo artista plástico Derlon, é constituído por um auditório (400 lugares sentados e 900 de pé), uma galeria, área de gastronomia e bar de apoio, estando ainda previsto um cineclube com 40 lugares.

A exposição “O Brasil na Arte Popular – acervo do Museu Casa do Pontal” abre, esta noite, a programação do centro cultural, no mesmo dia em que atua a fadista portuguesa Mariza e se realiza o espetáculo Baile do Simonal. Várias iniciativas estão já agendadas, mas “o futuro da utilização do espaço vai depender também da programação que se vai desenvolver”, como explicou o comissário-geral do Ano do Brasil em Portugal, Antonio Grassi.

“Portugal vive um momento diferente do que nós vivemos”, reconheceu a ministra da Cultura brasileira, Marta Suplicy, que veio inaugurar o centro cultural. “Este é o momento” para o gigante económico da América do Sul acordar, pois “o Brasil ainda não despertou na sua importância com a parceria com Portugal em outras áreas que não as culturais”.

“Outros parceiros estão surgindo em Portugal, mas a companhia de energia foi comprada por chineses e eu acredito que este é o momento que o Brasil poderia estar mais presente na economia portuguesa. O setor empresarial brasileiro ainda não acordou e não percebeu a importância de o Brasil estar nessa jornada. É um momento único. O que eu puder contribuir para isso, eu farei”, assegurou Marta Suplicy.

Os dois países têm “ainda um caminho a percorrer” no sentido de “afivelarmos os nossos laços e nos aproximarmos não só na cultura, mas empresarialmente e tecnologicamente”, continuou a ministra. E economicamente também: o centro cultural foi um investimento de 1,6 milhões de euros, algo que “nunca tinha sido feito deste porte na área da Cultura” pelos brasileiros.

Marta Suplicy, que visita Portugal pela primeira vez desde que foi empossada ministra da Cultura (ainda não fez dois meses), vai ser recebida pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e visitará museus e outros equipamentos culturais.