O Brasil é um exemplo “extraordinário” da capacidade portuguesa para, em tempos de recessão, aumentar as exportações. Paulo Portas, em São Paulo, referiu também a vontade do Governo em “avançar” no desbloqueamento dos entraves colocados a certos produtos, como o vinho.

É “extraordinário” que algumas empresas portuguesas consigam contrariar a recessão que o País atravessa e aumentar o volume de exportações para o Brasil. Foi no gigante sul-americano que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, elogiou a capacidade empresarial portuguesa e manifestou a vontade de aprofundar as relações comerciais entre os dois países.

“É extraordinário que Portugal e as empresas portuguesas consigam aumentar as exportações quando a economia está em recessão, e a maioria dos mercados importantes na Europa está em recessão ou estagnação”, disse Portas a jornalistas em São Paulo, deixou este elogio ao tecido empresarial português, aludindo o crescimento em nove por cento nas exportações, só no primeiro semestre deste ano, para terras de Vera Cruz.

Os 1,58 mil milhões de euros que Portugal conseguiu vender para o Brasil, em todo o ano passado, assinalaram um registo histórico, embora este país seja apenas o 10.º posicionado na lista de relações comerciais. Urge, por isso, aprofundar este mercado, como defendeu Paulo Portas. É nesse sentido que o ministro se encontra numa visita oficial, a São Paulo e a Brasília, aproveitando as celebrações do “ano de Portugal no Brasil” para abrir as portas a alguns produtos e serviços.

Neste âmbito, o negócio do vinho é um dos assuntos primordiais, dado subsistirem vários entraves à colocação do ‘néctar’ nacional no outro lado do Atlântico, nomeadamente a proteção fiscal que o Brasil concede aos vinhos próprios. Quanto aos serviços, o ministro tentará “avançar” com o reconhecimento dos títulos de engenharia e, eventualmente, abrir as portas do mercado de construção civil às empresas nacionais.