Economia

BPI com 3000 créditos à habitação em que terá de deduzir juros negativos

A legislação que obriga os bancos a aplicarem juros negativos no crédito à habitação vai ter impacto em cerca de 3.000 empréstimos do BPI, disse hoje o presidente do banco, em conferência de imprensa.

“Vamos cumprir a lei, o impacto é moderado […]. São à volta de 3.000 empréstimos os afetados por esta lei”, disse Pablo Forero, recusando contudo a indicar o custo que terá para o banco.

“É uma cifra pequena, é pouco significativo, mas não gostaria de dar”, acrescentou.

Na semana passada foi publicada em Diário da República a lei que estipula que os bancos são obrigados a refletir nos contratos do crédito à habitação os valores negativos das Euribor, tendo até 30 de julho para rever o indexante de cálculo da taxa de juro dos créditos.

“Quando do apuramento da taxa de juro resultar um valor negativo, deve este valor ser refletido nos contratos de crédito”, lê-se na lei publicada, à data, em Diário da República.

O diploma esclareceu que “o valor negativo apurado deve ser deduzido ao capital em dívida na prestação vincenda”.

A lei tem impacto quando a taxa de juro média negativa das Euribor anula o ‘spread’ (margem de lucro comercial) cobrado pelo banco, o que tem impacto nos créditos com ‘spreads’ muito baixos.

O BPI teve lucros de 366,1 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que compara com prejuízos de 101,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano passado, ajudado pela venda de ativos.

O lucro líquido em Portugal foi de 222,5 milhões de euros, bem acima dos 10,7 milhões de euros do primeiro semestre de 2017 na atividade doméstica.

Do valor conseguido em Portugal, 104,2 milhões de euros foram de resultados recorrentes e há 121,3 milhões de euros de resultados extraordinários, conseguidos com a venda da participação que o banco tinha na Viacer (empresa que detém 56 por cento no grupo Super Bock, que rendeu 59,6 milhões de euros) e a venda ao Caixabank da BPI Gestão de Ativos e BPI Global Investment Fund (61,8 milhões de euros).

O Banco BPI é controlado pelo grupo bancário espanhol Caixabank.

Em destaque

Subir