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Bolsonaro “não intervirá” na política de juros do Banco do Brasil

O porta-voz da Presidência brasileira, Otávio Rêgo Barros, afirmou na segunda-feira que o Presidente Jair Bolsonaro “não quer e não intervirá” na política de juros do Banco do Brasil, de acordo com a imprensa brasileira.

“Eu estava lá, quando o Presidente (Jair Bolsonaro) fez esse comentário com o presidente do Banco do Brasil. Foi um comentário num ambiente muito amigável. Obviamente que o Presidente não quer e não intervirá em quaisquer aspetos que estejam relacionados com juros dos bancos que estão, em tese, sob o guarda-chuva do Governo”, afirmou Rêgo Barros em declarações à imprensa local.

O porta-voz falava depois de Bolsonaro ter pedido ao Banco do Brasil, na segunda-feira, que reduzisse os juros do crédito rural.

Durante um evento do setor agrícola no Estado de São Paulo, o chefe de Estado do Brasil apelou para que a instituição financeira ofereça juros mais baixos aos produtores rurais.

“Agradeço aqui ao nosso prezado Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, que traz mil milhões de reais (227 milhões de euros) para investir nessa área. Eu apenas apelo, e deixe-me fazer uma brincadeira aqui, apenas apelo para o seu coração, para o seu patriotismo, para que esses juros, tendo em vista você parecer um cristão de verdade, caiam um pouquinho mais”, afirmou o presidente, citado pela imprensa brasileira.

No entanto, as declarações de Bolsonaro, que agradaram aos produtores e comerciantes agrícolas, resultaram na queda das ações do Banco do Brasil. Contudo, horas mais tarde, as ações da instituição bancária voltaram a operar em alta de 0,02 por cento.

Segundo o portal de notícias G1, assessores de Bolsonaro afirmaram que o governante não deveria pedir a redução dos juros do Banco do Brasil “nem a brincar”.

Na semana passada, Jair Bolsonaro já tinha interferido no Banco do Brasil quando mandou retirar do ar um anúncio à diversidade racial e sexual do país, tendo ainda sido despedido o diretor de marketing da instituição.

A difusão do anúncio em causa, que pretendia atrair uma clientela jovem e tinha a participação de jovens atores negros e uma transsexual, tinha começado no início de abril e foi interrompida no dia 14.

“O Presidente [Bolsonaro] e eu chegámos a acordo que o ‘spot’ deveria ser retirado”, disse o presidente do banco, Rubem Novaes, sem explicar os motivos da decisão.

Segundo Novaes, a saída do diretor de marketing, Delano Valentim, foi decidida “com o acordo do interessado”.

No anúncio podem ver-se jovens – brancos e negros -, alguns dos quais tatuados e com cabelos pintados, a fazerem ‘selfies’ com os seus telemóveis, com fundo musical, e uma voz ‘off’ a explicar como abrir uma conta através da internet.

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