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Bolsa de Nova Iorque negoceia no ‘vermelho’ ensombrada por situação no Médio Oriente

A bolsa de Nova Iorque está hoje a negociar no ‘vermelho’, à semelhança das congéneres europeias, penalizada pela escalada das tensões no Médio Oriente e a aguardar pela reunião de política monetária da Reserva Federal norte-americana.

Pelas 14:56, hora de Lisboa, o Dow Jones Industrial recuava 0,41 por cento para 27.110,87 pontos, enquanto o Standard & Poor’s perdia 0,43 por cento para 2.994,55 pontos.

O índice tecnológico Nasdaq, por sua vez, caía 0,40 por cento para 8.144,41 pontos.

“Os ataque de drones às instalações petrolíferas sauditas este fim de semana marcaram um grande revés em termos de cenário geopolítico global”, disse hoje à agência de notícias financeiras Bloomberg o economista-chefe do DBS Bank, Taimur Baig, adiantando que “pode ajudar algumas empresas exportadoras de petróleo, mas há um impacto negativo para as ações no curto prazo devido ao risco global”.

Nesse sentido, embora o setor de petróleo e gás em Wall Street esteja a apresentar uma bom desempenho no início da sessão, com a subida do preço do crude, Nova Iorque segue no início da sessão no vermelho.

O preço do barril de petróleo chegou cotar-se em alta de 19 por cento na sessão de hoje do mercado de futuros, o que não se via desde 1988 numa sessão, o que se deveu ao ataque, no domingo, através de drones a uma das maiores zonas petrolíferas do conglomerado Saudi Aramco, na Arábia Saudita.

Esta plataforma produzia cerca de 5,7 milhões de barris de petróleo diário, o que segundo os analistas teve um impacto de 5 por cento na oferta mundial.

Apesar da correção entretanto registada no nível do preço do barril de petróleo os país da Exxon e da Chevron valorizavam-se na ordem dos 3 por cento, enquanto que as das companhias aéreas norte-americanas recuavam.

O petróleo Brent estava hoje a meio da sessão a subir 8,95 por cento para 65,62 dólares, no mercado de futuros de Londres, num ambiente volátil depois dos ataques do fim de semana contra refinarias da Arábia Saudita.

Já o barril de petróleo para entrega em novembro estava agora a subir 6,29 dólares no International Exchange Futures (ICE) face ao fecho de sexta-feira, quando terminou a 60,29 dólares.

O Brent, de referência na Europa, subiu quase 20 por cento durante a noite passada na sessão eletrónica, depois dos ataques com drones contra duas refinarias sauditas terem reduzido em mais de 5 por cento o fornecimento global de petróleo.

A Rússia afirmou hoje que não prevê qualquer medida de emergência no âmbito da plataforma ampliada da OPEP e outros produtores de petróleo (conhecida como OPEP+) devido ao atentado contra as instalações da petrolífera estatal saudita Aramco.

A Aramco, líder mundial, indicou que levará semanas a restabelecer as suas operações, fazendo temer graves consequências para o fornecimento de petróleo a nível mundial.

Entretanto, o Irão apresou hoje perto do estreito de Ormuz um navio suspeito de contrabando de petróleo e deteve os 11 membros da tripulação junto de um importante corredor de navegação para petroleiros, anunciou uma cadeia televisiva estatal iraniana no seu ‘site’.

Uma patrulha naval dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República islâmica, intercetou o navio que transportava 250.000 litros de fuel, de acordo com a cadeia televisiva que citou um responsável dos Guardas da Revolução, situação que adensa as preocupações na região, salientaram os analistas.

Segundo estes, além deste contexto de agravamento do “risco geoestratégico”, os investidores estão à espera da reunião da Fed norte-americana, já na terça e quarta-feira, que poderá seguir a posição do Banco Central Europeu (BCE) da semana passada em matérias de taxas de juro.

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