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BNI Europa confirma buscas, mas diz que “não é visado”

O Banco BNI Europa confirmou hoje buscas nas suas instalações e disse que não é visado no processo que levou elementos do Ministério Público e da Polícia Judiciária à sua sede, em Lisboa.

“O Banco BNI vem por este meio confirmar a presença hoje, quinta-feira, 16 de janeiro de 2020, de elementos do Ministério Público (DIAP Regional de Lisboa), Polícia Judiciária, Administração Tributária e do Banco de Portugal na nossa sede em Lisboa”, lê-se no comunicado hoje divulgado.

O banco detido pelo Banco BNI Angola disse ainda que “não é visado no processo em causa” e “está a colaborar, como é seu dever, com as autoridades”.

O BNI Europa tem Pedro Pinto Coelho como presidente executivo e é detido pelo Banco de Negócios Internacional (BNI Angola). O BNI Angola é liderado por Mário Palhares, antigo vice-governador do Banco Nacional de Angola.

Também o banco Montepio disse hoje que foi alvo de buscas no mesmo processo, referindo que estão relacionadas com operações de clientes e que está a colaborar com as autoridades.

A Procuradoria-Geral da República divulgou hoje que a Polícia Judiciária e o Ministério Público iniciaram buscas, cumprindo 15 mandados, em instituições bancárias, sede social de uma associação, domicílios e sedes de empresas por suspeitas de crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada.

Segundo fonte oficial da Polícia Judiciária uma das matérias em investigação são as unidades de participação do fundo da Caixa Económica Montepio Gerão (atual banco Montepio).

A fonte precisou ainda que, relativamente ao BNI Europa, que iniciou atividade em Portugal em 2014, investiga-se a intervenção de clientes coincidentes com o Banco Montepio e que participaram na constituição do capital social do banco que tem acionistas angolanos.

A investigação, explicou, debruça-se sobre o aumento de capital da Caixa Económica Montepio Geral em 2013, a constituição do capital social do BNI Europa e a origem do dinheiro usado por um grupo de clientes para a aquisição de unidades de participação do fundo.

Outro dos alvos do inquérito, dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa e aberto em 2015, estão também as ligações financeiras do Banco Montepio com o construtor civil José Guilherme e seus familiares.

A mesma fonte assegurou que, de momento, o inquérito não tem detidos nem há arguidos, prosseguindo a investigação.

As buscas destinaram-se sobretudo à recolha de documentação e outro material probatório.

Nas diligências participaram quatro juízes do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa e Amadora, quatro procuradores do DIAP, 90 elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, quatro inspetores da Autoridade Tributária e seis elementos do Banco de Portugal.

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