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Bloco afirma que irregularidades na CGD e responsabilidades políticas nunca prescrevem

O BE quer que a nova comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos se foque nos responsáveis e propósitos dos créditos em causa na auditoria da EY, considerando que “as irregularidades e responsabilidades políticas nunca prescrevem”.

CDS-PP, PSD, PS e BE chegaram a acordo para um texto comum sobre o objeto da futura comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), partindo de uma proposta inicial dos democratas-cristãos.

“Todos os partidos têm interesse em que o âmbito se foque nos créditos em causa nesta auditoria [da EY]. O ideal é que a comissão se centre nesses créditos, nos responsáveis por esses créditos e eu insisto também nos propósitos desses créditos porque essa é uma parte importante da avaliação política”, defendeu a deputada do BE Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas no parlamento, em Lisboa.

Assim, justificou a deputada bloquista, será possível “começar a perceber para que interesses é que a Caixa foi usada”, ou seja, quais grupos privados, outros bancos e interesses políticos “é que a Caixa serviu”.

“As irregularidades políticas e as responsabilidades políticas nunca prescrevem e, por isso, essa análise tem sempre que ser feita”, garantiu.

O BE, de acordo com Mariana Mortágua, “teve duas preocupações” com o texto para a constituição da comissão de inquérito.

“O primeiro é que a comissão de inquérito incida não apenas sobre as práticas da concessão de crédito, ou seja, não apenas identificar se as práticas foram corretas ou não foram corretas, mas também perceber qual é que foi o propósito dessa concessão de crédito”, detalhou.

A segunda preocupação do BE “é a questão do tempo”, disse, lembrando que a comissão “terá um tempo curto para funcionar”.

“Para apurar as responsabilidades tem de haver um bom entendimento sobre todos os partidos, o parlamento não se pode perder em joguinhos que apenas impedem o normal funcionamento da comissão e tem de ter um âmbito que lhe permita focar-se no que é essencial”, defendeu.

Mariana Mortágua defendeu ainda que, para se entender o que se passou na Caixa, para além de ouvir as administrações e os responsáveis políticos, é preciso “ir um pouco mais longe e compreender as ligações entre a Caixa e determinadas empresas do setor privado e determinados interesses privados”.

“Espero que esta comissão de inquérito tenha a oportunidade para poder ouvir todas essas pessoas e compreender finalmente esta teia em que a Caixa se envolveu”, pediu.

Assim, o foco desta comissão deve ser a auditoria da EY, “deixando de lado outros aspetos que têm também importância, mas que não é possível analisar com o mesmo tipo de pormenor tendo em conta os tempos da comissão”.

“O pior que poderia acontecer é que esta comissão de inquérito fosse uma comissão de inquérito à anterior comissão de inquérito”, avisou.

O essencial, para a deputada do BE, são três elementos: uma nova auditoria, as condições e estabilidade que a CDG tem atualmente e não tinha antes de ser recapitalizada e o facto das comissões de inquérito terem neste momento mais poderes.

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