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Bloco acusa PS de utilizar método “nunca antes usado” para avaliar impacto do tempo de serviço dos professores

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) acusou hoje o PS de ter utilizado um método “nunca antes usado” para avaliar o impacto da contagem total do tempo de serviços dos professores, e de ter “duplicado números”.

Falando no debate quinzenal que decorreu esta tarde na Assembleia da República, Catarina Martins considerou que, “para impressionar os incautos e melhor isolar os professores, o Partido Socialista avaliou o impacto da contagem do tempo de serviço por um método que nunca antes tinha sido usado, desde logo nas outras carreiras”.

Segundo a líder do BE, o Governo “recusou fornecer contas líquidas de contribuições e impostos”, tendo apresentado dados brutos do impacto desta medida, e “duplicou números para fazer a crise artificial da semana passada”.

“Mais, o PS teve propositadamente um discurso ambíguo para alimentar a mentira dos retroativos e cavalgar o ressentimento social”, acrescentou.

Para Catarina Martins, “com as cambalhotas da votação na sexta-feira, PS chumbou para o continente o que faz nos Açores com apoio do PSD, e PSD, no continente, chumba o que faz na Madeira”.

Por isso, rematou: “senhor primeiro-ministro, a governação não pode ser um jogo e este jogo faz mal ao país”.

Em resposta, o primeiro-ministro reforçou: “a política não é um jogo, seja quando se está no Governo, seja quando se está na oposição, seja quando se está na posição em que a deputada está”.

“E a senhor deputada tem, por isso, a estrita obrigação de saber que o Governo não deu cambalhota nenhuma, o Governo fez o que lhe competia fazer”, vincou, notando que “se há coisa que o Governo teve muito cuidado a fazer foi nunca diabolizar os professores, nunca discriminar os professores”, mas sim prestar um “tratamento equitativo” a par “com toda a função pública”.

Mas, na ótica de António Costa, “as contas têm de ser feitas como elas são”, e, dirigindo-se à deputada Mariana Mortágua, que não concordava com o que estava a ser dito, o chefe de Governo explicou que “os impostos dos professores não estão consignados ao seu vencimento”.

“Tal como não podemos somar aos salários as pensões que venham a receber, não podemos descontar aos salários as contribuições que pagam, como todos pagamos”, referiu o primeiro-ministro.

Mais à frente no debate, a deputada Mariana Mortágua pediu à mesa da Assembleia da República que fossem distribuídos alguns exemplos constantes nos Orçamentos de Estado para este ano e para 2017, bem como no Programa de Estabilidade, onde os dados apresentados estão em termos líquidos.

Apontando também não querer ignorar o tema escolhido para este debate quinzenal – estratégia e gestão integrada de fogos rurais -, nem “o elefante na sala”, Catarina Martins notou que ainda aguarda “que o Governo promovas as unidades de gestão florestal e espero bem que haja realmente boas novidades sobre o SIRESP” (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal).

“O SIRESP é um bom exemplo porque é que as PPP são negativas, os privados querem o dinheiro mais do que a segurança das populações e o Estado fica com a obrigação e não manda num serviço de que precisa”, vincou, acrescentando que aguardará “esta tarde pelas novidades que se exigem”.

O primeiro-ministro anunciou hoje, também no debate quinzenal, que as negociações entre o Estado e o SIRESP serão concluídas das próximas horas, admitindo que “há um questão financeira” que divide as partes.

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