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Bissau aproveita presença de governantes portuguesas para condenar casamentos forçados

Habitantes da comunidade de Hafia, um dos mais populosos bairros da capital da Guiné-Bissau, denunciaram práticas nefastas contra a saúde da mulher que ali continuam a ocorrer, como casamentos precoce e forçado ou a mutilação genital feminina.

As denúncias foram ouvidas pelas secretárias de Estado portuguesas, Rosa Monteiro, da Cidadania e Igualdade e Rosa Matos, da Saúde, ambas a realizar, desde quarta-feira, uma visita de trabalho à Guiné-Bissau, que termina no sábado.

As duas governantes portuguesas, que se encontram no país africano para constatarem o trabalho que tem sido feito por várias organizações que beneficiam de apoios lusos, assistiram no bairro de Hafia, na quarta-feira à noite, a uma peça de teatro ao ar livre, a que se seguiu às intervenções de representantes comunitários.

Na peça do teatro, os jovens da associação do bairro, encenaram críticas aos casamentos precoces e forçados, retratando os malefícios para saúde das vítimas e nos discursos tanto da representante das mulheres como dos anciões de Hafia a tónica foi o mesmo.

Bacar Candé, que falou em nome dos ‘homens grandes’ do bairro, disse que “é hora” de se acabar com as práticas que “colocam em risco a vida das mulheres e raparigas” da Guiné-Bissau, o que, afirmou, deverá ser “uma tarefa de todos, os anciões incluídos”.

As denúncias feitas pela comunidade de Hafia agradaram às duas governantes portuguesas com a secretária de Estado para Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, a enaltecer a presença dos líderes religiosos, “os pilares das comunidades”, no ato que considerou de “motivador” para passagem de mensagens.

Contudo, Rosa Monteiro disse ser preciso continuar a trabalhar, a cooperar e a desenvolver as sinergias entre as entidades públicas e privadas portuguesas e guineenses, no sentido de se atingir “o grande desígnio” que é a erradicação da mutilação genital feminina.

A secretária de Estado da Saúde, Rosa Matos, destacou a peça do teatro apresentada pelos jovens do bairro de Hafia, por ser, disse, uma forma fácil de transmitir mensagens e um indicador do empenho da sociedade civil na luta contra as práticas noviças à saúde da mulher, raparigas e crianças.

As governantes portuguesas terminaram o ‘djumbai’ (tertúlia ao ar livre) com a comunidade de Hafia, debaixo de uns mangueiros, num ambiente festivo com as duas a não resistirem a uns pezinhos de dança ao som dos tambores.

Hoje, Rosa Monteiro e Rosa Matos vão assistir a um novo ‘djumbai’ com a comunidade de Pilum de baixo, já no centro de Bissau e na sexta-feira deslocam-se aos sectores de Gã-Mamudo e Cutiá, no norte da Guiné-Bissau.

Lusa

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