A primeira visita oficial do reeleito Presidente dos EUA teve como destino uma antiga ditatura militar onde agora a democracia se tenta instalar: a Birmânia. “Esta viagem extraordinária está agora a começar, mas será muito longa”, avisou Barack Obama, na capital deste país do sudeste asiático.
Na Universidade de Rangum, um dos principais palcos à contestação da junta militar que liderou a Birmânia desde 1962, Barack Obama anunciou um pacote de ajuda a rondar os 133 milhões de euros e a abertura de uma agência para o desenvolvimento, num país que durante décadas esteve sob embargo comercial.
“Os Estados Unidos estão convosco”, assegurou o primeiro chefe de Estado dos EUA a pisar terras birmanesas: “as frágeis chamas do progresso não devem apagar-se, devem ser uma estrela a guiar” a futura democracia. Um primeiro passo para a mudança de regime foi dado com a libertação de 44 presos políticos e o anúncio, feito ontem pelo Presidente Thein Sein, da criação de um departamento para acelerar a resolução de todos os casos de presos políticos.
Obama esteve ainda reunido com a líder da oposição à junta militar durante largos anos, Aung San Suu Kyi. A ativista esteve vários anos em prisão domiciliária por, à semelhança de outros birmaneses, “reivindicar os mais elementares direitos humanos”. Em 1988, um movimento de contestação liderado por Suu Kyi terminou com uma repressão militar que terá provocado mais de 3000 mortos.
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