Menos de quatro milhões de votos foram suficientes para o ‘bi’ de Dilma Rousseff no Planalto. A Presidente reeleita com a menor vantagem desde a ditadura militar prometeu unir o Brasil durante o quarto mandato do PT: “Quero ser uma presidente muito melhor do que fui até agora”.
Quatro eleições para a Presidência do Brasil, quatro triunfos do Partido dos Trabalhadores (PT) e a segunda vitória de Dilma Rousseff. A Presidente que sucedeu a Lula garantiu mais um mandato ao derrotar Aécio Neves na segunda volta, apesar de ter registado a menor vantagem desde 1985, quando terminou a ditadura militar.
“Quero ser uma Presidente muito melhor do que fui até agora”, afirmou Dilma, na hora da vitória, em Brasília.
“Esse sentimento de superação deve não apenas impulsionar o Governo e a minha pessoa, mas toda a nação”, acrescentou a Presidente reeleita, prometendo a “construção de pontes” com todos os setores da sociedade brasileira em nome de “um futuro melhor”.
“Não acredito, sinceramente, do fundo do meu coração, que essas eleições tenham dividido o país ao meio”, comentou Dilma Rousseff: “Entendo, sim, que elas mobilizaram ideias e emoções, às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca de um futuro melhor para o país”.
A ‘Presidenta’ deixou ainda o compromisso da “mudança: “A palavra mais dita, mais falada, mais dominante, foi ‘mudança’. O tema, foi reforma. Sei que estou sendo reconduzida à Presidência para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige”.
Tão perto da vitória ficou Aécio Neves, a quem o melhor resultado do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nos últimos 12 anos não chegou.
O candidato derrotado agradeceu aos “50 milhões de brasileiros que apontaram no sentido da mudança”, cujo peso eleitoral de 48,38 por cento não chegou para alterar o inquilino do Palácio do Planalto.
“A maior de todas as prioridades deve ser unir o Brasil em torno de um projeto honrado e que dignifique os brasileiros”, afirmou Aécio Neves, que deixou uma mensagem especial aos eleitores de São Paulo: no estado com o maior número de eleitores, o candidato do PSDB alcançou quase o dobro dos votos da candidata do PT.
Na hora de comemorar o bis da ‘Presidenta’, os analistas destacam Lula da Silva. O ex-Presidente do Brasil é apontado como o favorito nas próximas eleições presidenciais, em 2018.
Foi com Lula que o PT chegou ao Planalto, há 12 anos, depois de Fernando Henrique Cardoso ter assegurado dois mandatos (1995-1998 e 1999-2002) ao PSDB.
Desde 1994 que os dois partidos têm bipolarizado as eleições, apesar de algumas intromissões pontuais dos socialistas, em especial por Marina Silva, a candidata que nestas presidenciais ficou afastada à primeira volta.
