Desporto

Bicampeão olímpico falha Maratona de Lisboa por causa de Donald Trump

O corredor de fundo Mo Farah, bicampeão olímpico dos 5000 e 10 mil metros, vai falhar a meia-maratona de Lisboa, no dia 19 de março, por receio de ser proibido de regressar aos Estados Unidos, país onde vive.

O presidente do Maratona Clube de Portugal, Carlos Móia, lamentou a ausência do cabeça de cartaz da prova e justificou a desistência do atleta com a decisão de Donald Trump ao negar a entrada de cidadãos oriundos certos alguns países muçulmanos.

“O Mo Farah está a fazer um estágio de altitude na Etiópia, ia ser a cabeça de cartaz da prova. Infelizmente, quando estávamos a negociar, teve conhecimento de que poderia não ser autorizado a regressar aos Estados Unidos devido à nova legislação”.

Recorde-se que desde 27 de janeiro que vigora uma lei presidencial nos Estados Unidos com vista à proteção da nação, contra a entrada de terroristas estrangeiros, proibindo durante 90 dias a entrada de cidadãos de sete países considerados de risco por Washington: Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen.

“Os problemas de logística foram ultrapassados mas o atleta ficou transtornado, não se sentia bem psicologicamente e acabou por desistir”.

Mo Farah, de 33 anos, nasceu na Somália mas tem nacionalidade inglesa. Aliás, o corredor de fundo compete pela Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos e tem-se manifestado contra as políticas de Donald Trump, mesmo tendo recebido a garantia que podia voltar aos Estados Unidos, onde vive a sua mulher com os filhos.

“Sou um cidadão britânico, que viveu na América nos últimos seis anos. Trabalhei duro, contribui para a sociedade, paguei os meus impostos e fiz crescer as nossas quatro crianças num lugar ao qual agora chamam casa. Agora, a mim e outros como eu, está-nos a ser dito que se calhar não somos bem-vindos”.

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