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Biblioteca de Viana do Castelo fecha para obras um mês

A biblioteca desenhada por Siza Vieira para a frente ribeirinha de Viana do Castelo vai fechar cerca de um mês para obras de reabilitação, 11 anos depois de ter sido inaugurada pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates.

Em comunicado, a Câmara Municipal da capital do Alto Minho adiantou hoje que o equipamento vai encerrar a partir de segunda-feira e até ao dia 31 de agosto para “a reparação da cobertura e o tratamento dos pavimentos de madeira”.

Segundo o município liderado pelo socialista José Maria Costa, a empreitada de requalificação do edifício municipal “representa um investimento superior a 143 mil euros”.

A biblioteca municipal de Viana do Castelo, que representou um investimento de 4,5 milhões de euros, foi inaugurada em janeiro de 2008 pelo então primeiro-ministro José Sócrates e quando era Defensor Moura o presidente da autarquia.

A biblioteca, desenhada pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira, “tem uma área total de 3.130 metros quadrados divididos por dois pisos, sendo o piso inferior destinado aos serviços técnicos, gabinetes de trabalho e de consulta especializadas, áreas de depósito e de atendimento, reservando-se o andar sobrelevado às salas de leitura para adultos e crianças”.

Atualmente, a biblioteca conta com cerca de 100 mil livros.

Situada junto ao rio Lima e nas proximidades do centro histórico da cidade, o equipamento “foi construído em betão branco, que recobre uma complexa estrutura em ferro, sendo o embasamento em granito”.

As salas “são inundadas de luz natural graças aos originais lanternins e às grandes janelas panorâmicas sobre o rio Lima”.

A história daquele equipamento municipal remonta à segunda metade do séc. XIX, tendo sido fundada a 16 de fevereiro de 1888, na sequência de uma proposta apresentada em sessão de Câmara pelo vereador José Malheiro Reymão.

“Nessa sessão, deliberou-se fundar uma biblioteca municipal, cujas vantagens são desde há muito reconhecidas e reclamadas por todos, solicitando-se do governo de sua Majestade os volumes que ficaram do extinto convento das Ursulinas e bem assim os dos restantes conventos de religiosas deste distrito que ainda existem, devendo os destes últimos conventos serem entregues a esta Câmara à medida que os mesmos se fossem extinguindo”, adianta a nota a autarquia.

Segundo o município, “o núcleo bibliográfico inicial era constituído com base nos livros integrados na Fazenda Nacional na sequência do decreto de 28 de maio de 1834, da autoria de Joaquim António de Aguiar, que determinou a extinção de todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares”.

Aquele núcleo incluía também os exemplares reunidos ao abrigo “do decreto e instruções de 31 de maio de 1862, do Ministério e Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, que regulou a execução da Lei de 4 de abril de 1861, na qual os conventos femininos de Portugal foram extintos por óbito da última religiosa professa”.

Em 2009, a revista Wallpaper chamou à cidade Meca da Arquitetura, fruto da conjugação, no mesmo espaço urbano, de obras de alguns autores de referência. Além da biblioteca desenhada por Siza Vieira para a frente ribeirinha, naquela zona está situado o centro cultural, de Souto de Moura, e os edifícios administrativos de Fernando Távora (1923-2005).

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