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Bento XVI fala da alma e de Fátima

Papa Bento XVI estabeleceu um diálogo histórico com os fiéis, respondendo a questões através do canal de televisão italiano RAI 1. De cerca de 2000 questões enviadas, foram selecionadas oito. Uma mãe perguntou ao Papa se o seu filho que se encontra em estado vegetativo tem alma…

Foi um diálogo histórico, em Sexta-Feira Santa, ao longo de 80 minutos e que terminou na hora em que se pensa que Jesus Cristo terá morrido: às 15h00. Pormenores que representam o simbolismo desta conversa entre o Papa Bento XVI e alguns fiéis, seguida por milhões de pessoas através da televisão.

O Pontífice concedeu assim a terceira entrevista, mas desta vez as perguntas surgiram dos fiéis, de todo o mundo. Temas polêmicos como a eutanásia, mas os abusos sexuais e pedofilia praticados por padres (atos que mancham a Igreja) ficaram fora deste diálogo televisivo. Apesar de tudo, a Igreja abriu-se ao mundo e na voz do Papa “assumiu as suas falhas”, numa iniciativa saudada pelo Vaticano.

Entre as questões que foram selecionadas – de um total de mais de 2000 –, destacou-se a dúvida de uma mãe, cujo filho se encontra em estado vegetativo. A mãe quis saber se o seu filho ainda tinha alma. A resposta surgiu na forma de metáfora. Disse o Papa que “uma guitarra sem cordas não toca”, mas não deixa de ser uma guitarra, que existe e não perde a sua essência. Do mesmo modo, o coma não liberta a alma.

Uma japonesa de 7 anos que sobreviveu ao sismo de 11 de março confrontou o Papa com a dor de ter perdido quase tudo – casa, familiares, amigos… –, mas a resposta foi uma dúvida. “O sofrimento de Cristo não foi em vão… Também nós temos dúvidas e custa-nos encontrar a resposta para algumas perguntas”, disse.

O Santuário de Fátima também foi abordado, numa questão sobre a importância dos santuários. “Em Fátima, vi como milhares de pessoas que aderiram à consagração de Nossa Senhora se consagraram, concretizando em si mesmas esse ato”, disse Bento XVI.

Já uma muçulmana costa-marfinense preferiu um conselho em jeito de pergunta: como enfrenta a violência que grassa no seu país?”. O Papa sublinhou que “a violência nunca provém de Deus, não traz nada de positivo, nem é solução para qualquer problema”.

E Deus será a âncora de um grupo de jovens cristãos, perseguidos no Iraque. “O que fazer para não abandonar o país?”, perguntaram. “Queridos cristãos do Iraque, tenham confiança em Deus”. São respostas difíceis para quem não é crente, mas um afago na alma daqueles que acreditam.

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