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Benfica versus Jorge Jesus

jorgejesus3jesusOntem não fiquei contente e não fui festejar para a baixa do Porto a derrota do Benfica. Sou português e sempre que uma equipa portuguesa joga com uma equipa estrangeira tomo o partido da portuguesa. Eu sei que, por exemplo, o Sevilha tinha tantos ou mais jogadores portugueses que o Benfica. Porém isso, para mim, não é argumento. Sou português e gosto de Portugal.

Porém, neste jogo acho que Jorge Jesus para mim o centro de tudo que se passa no Benfica ao nível do futebol não esteve bem. Nunca se manda marcar penálti, a um jogador como o Cardozo, que entrou a 10 minutos do fim, triste por ser suplente e por tudo que se passou o ano passado.

Não aprecio o estilo e a forma de estar de Jorge Jesus. Nada tenho contra a pessoa em si, mas a sua forma de actuar. Escrevi há tempos um artigo de opinião no jornal Record sobre Jorge Jesus e outro no meu blogue Benfica: Jorge Jesus, a anedota.

Este ano até achei que estava mais comedido e calmo na abordagem. Fiquei com a sensação de que tinha aprendido a lição. Os ventos correram-lhe de feição, venceu o Campeonato Nacional e a Taça da Liga. Deveria ter mantido um registo humilde e prevenido. Mas não o fez. Começou a propalar que este é que é o caminho com laivos de excesso de euforia e com retórica de invencível.

É pena e é mau. Acaba sempre mal o excesso de confiança, leva as pessoas a sobrestimar o seu conhecimento, a subestimar o risco, e a exagerar a sua capacidade de controlar os acontecimentos. O excesso de confiança está presente em Jorge Jesus. Já deveria estar precavido contra essa situação. Vitórias morais e assacar culpas a terceiros está o futebol cheio. Nem sempre o melhor ganha mas tem que se provar em campo que se é melhor.

Nada é mais perverso que o excesso de confiança na vitória e subestimar a possibilidade de derrota. É preciso cercear o optimismo exagerado de alguma maneira porque os riscos desse procedimento costumam ser muito altos e o preço a pagar pode tornar-se insuportável! Já diziam à boca cheia este ano vamos ganhar tudo, vão ser quatro títulos, etc. O ser convencido, pretensioso, arrogante, gabarola não o leva a lado nenhum.

Este ano Jorge Jesus, já tinha tido alguns deslizes: ter partilhado com os jornalistas informações confidenciais que teve com André Villas-Boas com a sua ida para o Zenit; insultar polícias; provocar treinadores (mostrou três dedos ao treinador do Tottenham), empurrar dirigentes do seu clube (Shéu, etc.) com um passado incólume, passos de dança sem nexo; hipotética ida para o Mónaco (quem vai é Leonardo Jardim do Sporting), etc..

Porém deslizes todos temos e as vitórias apagavam a imagem de Jesus, truculento e burlesco.

Vi o jogo atentamente. O Benfica a espaços pareceu-me que poderia ter ganho no final da primeira parte e no início da segunda parte, mas tal não aconteceu.

Venceu quem marcou e no futebol é sempre assim.

O Benfica é o Benfica é preciso saber vencer e perder. O Jorge Jesus está de passagem… O Benfica tem que se libertar do síndrome Jorge Jesus.

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