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Benfica-Chelsea: Recordar Liverpool e tentar novamente apanhar Barcelona

miccoli_liverpool_1Corria a época de 2005/2006 e o Benfica vinha de uma fase de grupos onde tinha afastado o todo-poderoso Manchester United, na Luz, com um de Geovanni e outro de Beto. Lille tinha também ficado para trás enquanto que Villareal acompanhava os encarnados na fase das eliminatórias.

Nessa altura, Luís Filipe Vieira desafiou quem quer que fosse: “Quem vier morre”, palavra de líder.

O sorteio, realizado também em Nyon, Suíça, acabaria por colocar os campeões em título na rota das águias. O Liverpool vinha de um ano de ouro na Liga dos Campeões, de uma final histórica com o AC Milan, onde tinha virado um resultado de 3-0 para 3-3, e ganho depois nas grandes penalidades.

Do lado da Luz Ronald Koeman não vinha a fazer uma grande época, e as forças eram deixadas para a prova europeia, onde o Benfica embora não fosse favorito, tentava fazer ‘cócegas’ aos gigantes.

O treinador holandês, assim como toda a nação benfiquista, depositava em Simão e Miccoli todas as decisões de um resultado positivo. Mas viria a ser outro craque a marcar no primeiro jogo, na Luz, a seis minutos do final. Livre marcado por Petit e Luisão a subir ao terceiro anel para bater Pepe Reina. Pouco tempo depois o austríaco Konrad Plautz dava a partida como terminada.

A vitória por 1-0 deixava para Anfield Road a decisão da eliminatória, muito se acreditava, mas bater o campeão europeu em casa era uma tarefa demasiado árdua.

Passaram 15 dias e a ‘pequenina’ formação de encarnado lá entrou na casa do Liverpool, a 8 de março de 2006. Anfield Road estava cheio, como costume, mas rapidamente se calou. Aos 36 minutos de jogo, Simão recebe a bola de Nuno Gomes a uns bons 30 metros da baliza, tira as medidas, e marca um dos golos europeus mais bonitos da história das águias. O pequeno camisola 20 calava a casa e explicava aos adeptos porque tinha sido um erro o Liverpool não ter pago 20 milhões de euros por ele, no defeso dessa mesma época. O Liverpool precisava agora de três golos, mas Rafa Benítez não parecia sequer ter força para se motivar a si próprio.

Aguentou-se até ao minuto 89, o Benfica estava nos quartos de final, mas antes viria a dar o golpe da misericórdia. Beto na direita falha um remate e coloca a bola nos pés de Miccoli, que com um pontapé de bicicleta coloca o resultado em 2-0.

A Europa rendia-se a um Benfica que parecia querer recordar os bons velhos tempos.

Na eliminatória seguinte, os encarnados viriam a apanhar o Barcelona, o ‘dream team’ da Catalunha onde ainda não se conhecia Messi mas que tinha ‘joias’ como Deco, Eto’o e Ronaldinho. Empate a zero na primeira-mão e derrota por 2-0 em Camp Nou. As águias diziam adeus à Liga dos Campeões.

Hoje, oito anos depois, pouco resta senão a memória de poucos do plantel. É certo que o Benfica tem mais soluções agora do que tinha em 2006, mas é certo também que a equipa desse ano deixa saudades. Não havia Javi Garcia mas havia Petit. E Nolito, ou Gaitán, ou Bruno Cesár, não são um Simão Sabrosa. À esquerda havia um pequeno chamado Leo, hoje Emerson está longe de agradar a qualquer benfiquista.

Esta terça-feira o Benfica tem mais que legitimidade de sonhar com as meias-finais. Não tem a mesma equipa, até talvez nem tenha o mesmo grupo, mas não lhe faltam argumentos para bater um Chelsea que até vem de um ano péssimo. O jogo desta noite, na Luz, provavelmente não decidirá mas provavelmente fará com que se fique perto disso. Importante para o Benfica é não sofrer pois acredita-se que a formação de Jorge Jesus possa marcar em Stamford Bridge, como faz quase sempre fora de portas. Em casa, a formação encarnada deve seguir a tradição desta temporada, ou seja, boa exibição e vitória.

Benfica-Chelsea, para seguir a partir das 19h45, na RTP1.

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