Cultura

“Bella Figura” expõe em palco uma sociedade ensimesmada no seu drama

A peça “Bella Figura”, que se estreia no dia 02 de novembro, no Porto, expõem em palco as relações humanas de “uma sociedade que está ensimesmada no seu drama”, revelou hoje o encenador Nuno Cardoso.

“A peça analisa as relações de unidade base daquilo que é uma sociedade, o casal ou a família, e a forma como, a partir disso, conseguimos prever porque é que vivemos num tempo em que as pessoas aparentemente se mostram desiludidas com as instituições que as representam – mas basicamente estão ensimesmadas no seu drama que não pensam sequer nisso”, afirmou Nuno Cardoso, à margem do ensaio de imprensa da peça “Bella Figura”, que decorreu esta tarde, no Teatro Carlos Alberto, no Porto.

Em declarações aos jornalistas, Nuno Cardoso revelou também que “a peça está ligada à parte mais celular da sociedade, que é a família e as relações entre indivíduos no seio conjugal ou familiar”.

A peça “Bella Figura”, de Yasmina Reza, conta a história de cinco personagens que, numa noite de verão, se juntam num restaurante e expõem as suas facetas mais negras e solitárias.

Nuno Cardoso salientou o facto de “Bella Figura” se passar “fora da cidade”, o que acredita que permite discutir “o privado que substantivamente define o público e para isso, é visto fora da cidade, num sítio deslocado e escondido”.

“Há uma espécie de moralidade digital e social, uma máscara sempre muito ‘cool’ e muito pró-ativa, e depois, por trás, num parque de estacionamento escondido e numa marisqueira que faz festas de aniversário, há explosões que definem bem o que está por detrás de tudo isso, e isso tem implicações na nossa vida na cidade”, sublinhou o encenador.

O espetáculo, que se estreia no dia 02 de novembro, no Teatro Carlos Alberto, no Porto, com representações até 04, é uma coprodução do Ao Cabo Teatro, do Teatro Aveirense e da Câmara Municipal de Viseu.

“É uma peça que joga entre o teatro, o realismo, o trabalho de ator que evoca a verosimilhança, mas que depois é negado completamente pela movimentação e que, de alguma forma, tenta ser o mais assético possível e daí, criar um tempo, mais do que uma mensagem, em que as pessoas se aderirem ao espetáculo, pensem sobre si mesmas”, acrescentou Nuno Cardoso.

Depois de passar pelo Teatro Carlos Alberto, o espetáculo parte para Aveiro, onde pode ser visto no dia 09 de novembro, no Teatro Aveirense.

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