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BE reitera que partido está “sempre disponível” para convergir com os socialistas

A dirigente do Bloco de Esquerda Marisa Matias disse hoje que o partido está sempre disponível para convergir com o PS, mas avisou que é uma “equação impossível” tratar melhor os portugueses quando se responde “obsessivamente” às metas de Bruxelas.

“Estamos sempre disponíveis para convergir com o PS naquilo que melhorar a vida dos portugueses, mas obviamente precisamos de investimento e, para termos investimento, para podermos incrementar essas medidas, precisamos de enfrentar muito diretamente aquilo que são as normas e as regras que são impostas por Bruxelas que não nos deixam investir e não nos deixam melhorar a condição de vida das pessoas”, afirmou Marisa Matias.

A também eurodeputada do BE, partido que com PCP e PEV suporta o Governo do PS, falava aos jornalistas após o discurso de encerramento do congresso dos socialistas do secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa.

Marisa Matias assinalou que no congresso e no discurso final de António Costa “é verdade que muitas daquelas que foram conquistas recentes na sociedade portuguesa e que resultaram dos acordos com os partidos à esquerda foram capitalizadas pelo PS como se fossem medidas do PS”.

A este propósito exemplificou com o aumento das pensões, que “não constava do programa do PS” e “foi graças a esses acordos que se conseguiram essas conquistas”.

A dirigente bloquista adiantou que o partido viu “neste congresso e um discurso muito autocentrado, com o acolhimento de muitas conquistas que não são necessariamente integradas no programa eleitoral inicial do PS”, acrescentando que “gostaria de ter ouvido coisas mais concretas”.

“Gostaríamos de ter ouvido, por exemplo, como é que é possível compatibilizar propostas de mais investimento em setores estratégicos da sociedade – e que tão necessários são porque ainda há tanto para fazer na saúde, educação, em tantas áreas fundamentais da sociedade – ao mesmo tempo que se responde às metas obsessivas Bruxelas, porque elas são incompatíveis”, declarou.

Reiterando a disponibilidade do BE para “discutir todas as medidas”, onde se incluem o reforço do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública ou o regresso de emigrantes, Marisa Matias insistiu que estas precisam de investimento, mas “a equação mais investimento, tratar melhor os portugueses e os serviços públicos ao mesmo tempo que se responde obsessivamente às metas de Bruxelas é uma equação impossível”.

Por isso, há que “fazer escolhas” e o BE escolhe “as medidas que favorecem a vida dos portugueses”.

Sobre os próximos atos eleitorais, Marisa Matias apenas disse que o Bloco “tentará reforçar a sua posição, o seu papel”, que considera “tem sido positivo” para os portugueses.

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