Nas Notícias

BE quer rapidez na conclusão da investigação sobre Tancos porque caso é “demasiado grave”

O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, considerou hoje que o caso relacionado com o desaparecimento de armamento em Tancos é “demasiado grave” e, por isso, exige rapidez na conclusão da investigação.

Apontando que a política não deve ser misturada com a justiça e que “a justiça não deve ser impedida de funcionar”, Pedro Filipe Soares afirmou que “a investigação está a avançar e a investigação deve chegar a bom porto”.

Falando aos jornalistas no final das comemorações do 05 de Outubro, na Praça do Município, em Lisboa, o bloquista salientou que o processo “deveria chegar a um porto rapidamente porque este é um caso demasiado grave para se demorar muito tempo a tirar as conclusões”.

“Ninguém pode ser poupado, todos devem ser investigados, todas as investigações devem ser concluídas” para que possam depois ser “assacadas essas responsabilidades” junto dos “verdadeiros responsáveis”, acrescentou.

Sobre o discurso do Presidente da República, que apontou que “não há verdadeira democracia sem atenção a entidades estruturantes como as Forças Armadas”, Pedro Filipe Soares classificou as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa como “relativamente fortes, quando ele diz que um dos pilares de uma democracia é o bom nome das Forças Armadas”.

Apontando que “é esse bom nome das Forças Armadas que está agora em causa”, o líder parlamentar bloquista salientou que “há responsabilidades individuais que estão a ser investigadas judicialmente” e há também “uma preocupação política” que todos devem “ter também sobre estes acontecimentos”.

Esta semana foram divulgadas notícias que dão conta que o ministro da Defesa foi informado do encobrimento de factos no caso da recuperação do material militar furtado nos paióis em Tancos, entretanto já desmentidas pelo governante.

A edição `online´ do semanário Expresso divulgou na quinta-feira que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), major Vasco Brazão, disse ao juiz de instrução da investigação à recuperação do material militar furtado em Tancos que, no final do ano passado, e já depois de as armas terem sido recuperadas, deu conhecimento ao ministro da Defesa, juntamente com o então diretor daquela polícia, da “encenação montada em conjunto com a GNR de Loulé em torno da recuperação as armas furtadas” do paiol nacional de Tancos.

De acordo o Expresso, que refere fontes do processo, Vasco Brazão garantiu no tribunal que entregou pessoalmente no final do ano passado um memorando com a explicação de toda a operação ao chefe de gabinete de Azeredo Lopes, acrescentando que o tenente-general Martins Pereira contactou telefonicamente o ministro, à frente dos dois militares da PJM, para o informar da situação.

Ainda na quinta-feira, em Bruxelas, o ministro da Defesa Nacional negou “categoricamente” que “tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo”.

Ao início da noite de quinta-feira, num e-mail enviado à agência Lusa, o ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa admitiu que recebeu em novembro o coronel Luís Vieira e o major Brazão, mas nunca “descortinou” qualquer “indicação de encobrimento de eventuais culpados do furto de Tancos”.

Em 25 de setembro, a Polícia Judiciária deteve, no âmbito da Operação Húbris, que investiga o caso da recuperação, na Chamusca, em outubro de 2017, das armas furtadas em Tancos, o diretor e outros três responsáveis da PJM, um civil e três elementos do Núcleo de Investigação Criminal da GNR de Loulé. Na segunda-feira chegou a Portugal e foi detido o major Vasco Brazão, que foi porta-voz da PJM e estava em missão na República Centro-Africana.

Segundo o Ministério Público, em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.

O furto de material militar dos paióis de Tancos – instalação entretanto desativada – foi revelado no final de junho de 2017. Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

Em destaque

Subir